Foto do(a) blog

Notícias e artigos do mundo do Direito: a rotina da Polícia, Ministério Público e Tribunais

'A estrutura da Petrobrás era do PT', diz amigo de Lula

Interrogado na Polícia Federal, José Carlos Bumlai - preso na Lava Jato desde 24 de novembro - afirmou que 'grande parte dos nomes' para a estatal era indicada pelo partido

PUBLICIDADE

Foto do author Fausto Macedo
Foto do author Julia Affonso
Por Fausto Macedo , Ricardo Brandt e Julia Affonso
Atualização:

Sede da Petrobrás, no Rio. Foto: Marcos de Paula/Estadão

Entre tantas revelações que fez durante seu interrogatório na Polícia Federal na segunda-feira, 14, uma em especial do pecuarista José Carlos Bumlai, amigo do ex-presidente Lula, chamou a atenção dos investigadores. Ele afirmou que 'a estrutura da Petrobrás era do Partido dos Trabalhadores'.

PUBLICIDADE

O delegado Filipe Hille Pace, da PF, insistiu para que Bumlai explicasse melhor sua afirmação. Ele disse. "Sabia que o partido indicava grande parte dos nomes para ocupação de cargos essenciais."

A Operação Lava Jato, até aqui, trabalhava com informações de que a influência do PT na Petrobrás teria ficado restrita à Diretoria de Serviços - com a nomeação do engenheiro Renato Duque, suposta indicação do ex-ministro-chefe da Casa Civil José Dirceu (Casa Civil/Governo Lula), ambos capturados por suspeita de corrupção e lavagem de dinheiro. Outras unidades estratégicas da estatal, durante o reinado da corrupção e dos desvios (2004/2014), foram administradas por outras agremiações políticas - PP dominou a Diretoria de Abastecimento e o PMDB controlou a Internacional, aponta a Lava Jato.

Publicidade

O pecuarista José Carlos Bumlai, amgio do ex-presidente Lula, durante entrevista / Foto: Gabriela Bilo-Estadão

A Operação Passe Livre, desdobramento da Lava Jato, foi deflagrada em 24 de novembro e colocou na cadeia o amigo de Lula. Amigo de churrascos e boa prosa durante longos anos.

Num primeiro depoimento, na sexta-feira, 11, José Carlos Bumlai negou tudo. Disse que os R$ 12 milhões que tomou emprestado no Banco Schahin, em outubro de 2004, cobriram dívidas suas. Negou taxativamente que o dinheiro tivesse sido repassado para o PT.

Na segunda-feira, 14, mudou a versão. Abriu o jogo. Disse que o real destinatário dos R$ 12 milhões era mesmo o PT. Incluiu em seu relato o poder do PT na Petrobrás entregue ao esquema de cartel e propinas. Acrescentou que 'sabia que havia indicação por parte de outros partidos da base governista.'

Comentários

Os comentários são exclusivos para assinantes do Estadão.