A Polícia Federal tenta identificar com quem foi trocado o bilhete apreendido nas coisas do ex-líder do PT na Câmara Cândido Vaccarezza com uma enigmática mensagem que diz, entre outras coisas: "Amigo, Outro assunto está sob controle total; Não podemos nos contatat. Confirmado que aqui estou monitorado; No momento certo, marco reuniçao pelo mesmo canal; Fique tranquilo".
O bilhete foi recolhido na Operação Abate, 44ª fase da Lava Jato que levou Vaccarezza para a cadeia suspeito de crimes de corrupção, lavagem de dinheiro e tráfico de influência. O ex-deputado teria atuado acertado US$ 500 mil em propinas para que a norte-americana Sargent Marine fechasse contrato para venda de asfalto para a Petrobrás.
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A ordem do juiz federal Sérgio Moro, dos processos da Lava Jato, em Curitiba, era para prender Vaccarezza e recolher materiais em sua residência de interesse às investigações.
O papel digitado registra ainda: "A pessoa que lhe entrega este bilhete será o portador no futuro". Para os investigadores, o ex-deputado sabia que estava no foco da Lava Jato e suspeita que a mensagem seja posterior a deflagração das investigações, em março de 2014.
Para o delegado federal Filipe Hille Pace, o papel de Vaccarezza não teria se limitado ao negócio da Sargente Marine. Há registro de um suposto acerto de R$ 100 milhões em propinas, em benefício do PT.
Vaccarezza foi solto no dia 22 de agosto, por ordem de Moro, sob o pagamento de fiança de R$ 1,5 milhão.
Nas buscas que fez em sua residência, a Lava Jato recolheu ainda blocos de anotações e folhas avulsas, como uma com papel timbrado da Câmara dos Deputados, com registros feitos a mão.
Os autos de apreensão anexados ao inquérito da Abate não analisam o conteúdo das agendas e anotações. Há nomes de políticos e partidos.