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'6 horas da manhã, você acorda com a sua porta sendo esmurrada'

Em vídeo de campanha, ex-governador do Paraná Beto Richa (PSDB) comentou a chegada da Polícia em sua casa, no dia 11 de setembro, quando o Ministério Público deflagrou a Operação Radiopatrulha, que o põe sob suspeita de propinas em programa de manutenção de estradas rurais

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Por Julia Affonso
Atualização:

Em um vídeo de sua campanha ao Senado, nas eleições 2018, publicado em rede social, o ex-governador do Paraná Beto Richa (PSDB) afirmou que no dia em que foi preso a Polícia esmurrou a porta de sua casa. Alvo de duas investigações - uma envolvendo o Programa Patrulhas do Campo e outra sobre supostas propinas da Odebrecht -, Beto Richa classificou as operações como 'uma trama política, diabólica'.

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"6 horas da manhã, você acorda com a sua porta sendo esmurrada e aquela invasão, aquela invasão enorme. E o sofrimento ainda maior em ver a Fernanda ser levada na frente do meu filho pequeno. Um trauma difícil de se apagar, difícil. Uma mulher que tanto dedicou a sua vida a cuidar das pessoas, a melhorar a vida daqueles que mais precisam. É lamentável. Uma trama política, diabólica. Nós não fomos chamados, convidados, intimados para depor", afirmou o ex-governador no post publicado sexta, 21.

"Não tem como descrever a maldade de que nós fomos vítimas no dia 11 de setembro. Coincidência ou não, dia do aniversário do meu pai. É inaceitável o que fizeram com as duas mulheres da minha vida, a Fernanda e a minha mãe. Aos que pretendiam me tirar dessa eleição, eu respondo com a reafirmação da minha candidatura ao Senado para representar o Paraná com a dignidade que o nosso povo merece."

Beto Richa é candidato ao Senado pelo PSDB. Foto: Marcelo Camargo / Agência Brasil)

Beto Richa foi preso em 11 de setembro, por ordem do juiz Fernando Fischer, da 13.ª Vara Criminal de Curitiba, que acolheu ofensiva do Gaeco. O ex-governador ganhou liberdade por ordem do ministro Gilmar Mendes, do Supremo, na sexta, 14.

O tucano, sua mulher, Fernanda, seu irmão Pepe Richa e seu ex-chefe de gabinete Deonilson Roldo são alvo da Operação Radiopatrulha. Richa também é investigado na Operação Lava Jato, que fez buscas em sua residência no mesmo dia da prisão.

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A Lava Jato suspeita de ligação do ex-governador com propinas da Odebrecht, que teria sido favorecida em contrato de duplicação da PR 323, no interior do Paraná.

Em entrevista ao Estadão, o empresário Antônio Celso Garcia, o Tony Garciadelator que levou Beto Richa para a cadeia, estimou que o tucano tenha recebido 'entre R$ 400 milhões e R$ 500 milhões' em propinas e caixa 2 nas campanhas eleitorais. Na avaliação do delator, a corrupção se instalou no governo Beto Richa 'tão idêntica quanto a do Lula, como do Sérgio Cabral'.

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