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30 horas

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Por Fernando Goldsztein
Atualização:
Fernando Goldsztein. FOTO: ARQUIVO PESSOAL Foto: Estadão

Lembram da famosa campanha do Unibanco lá nos idos de 1993? O banco, que ainda não havia se unido com o Itaú, foi um dos primeiros a introduzir os serviços de home banking. Sim, a ideia era marcar o pioneirismo do Unibanco na então novíssima internet. Começávamos, naquela época, a acessar os serviços bancários dos desktops (verdadeiros dinossauros) em casa ou no escritório. O 30 horas trazia o inovador conceito de ter o banco à disposição não somente durante  6 horas na agência mas, também, 24 horas direto de casa.

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A campanha foi uma criação da renomada agência de propaganda W/Brasil que pertencia ao não menos renomado Washington Olivetto. Olivetto é uma das lendas vivas da publicidade brasileira e um dos publicitários mais premiados do mundo. Para ilustrar a importância do Olivetto no mundo artístico e publicitário, bastaria citar que a famosa música W/Brasil, de Jorge Bem Jor, foi composta  em sua homenagem.

Naquele tempo, acredite se quiser, não havia Iphone, Ipad ou AppleWatch. E mais, vivi na época em que era preciso levantar do sofá para trocar o canal da tv. Incrível, não? Aliás, eram somente cinco canais disponíveis. Nada de Gloob, Discovery Kids, HBO ou Netflix. Éramos mais felizes? Há controvérsias. Porém, não tenho dúvidas de que tínhamos mais tempo livre para brincar com os amigos, soltar pipa, andar de carrinho de rolimã, ler livros e muito mais. Isso quer dizer que sou contra o mundo online? Claro que não. As vantagens da tecnologia são tão inquestionáveis, que nem preciso gastar a paciência do leitor e nem as escassas linhas deste artigo.

Mas, voltemos às 30 horas. Precisaríamos, na verdade, ter mais horas no nosso dia. Como dar conta de tantas opções de informação e entretenimento nos dias de hoje, sem deixar de priorizar tantas outras coisas na vida? Fiz uma enquete sobre o tema e constatei que 80% das pessoas gastam, pelo menos, 1,5 horas por dia nas redes sociais. Isso sem contar as inúmeras opções de streaming que temos, literalmente, na palma da mão. Aos 55 anos, estou  no topo da pirâmide etária da empresa. Todo dia ouço falar de uma série nova e imperdível. Onde este pessoal arruma tempo para isso? "Maratonar" séries, como assim?  Claro, muitos não tem filhos. Isso explica um pouco a disponibilidade de tempo. Como diz um amigo: "se você acha que não tem tempo, tenha filhos...".

E, falando em filhos, enquanto escrevo este texto, meu pequeno de 8 anos joga Roblox com uma coleguinha de aula. Cada um jogando da sua casa, é claro. Dizem que o tal de metaverso vem aí com força total. Você está preparado para ter uma segunda vida digital? Não sei onde vamos parar mas, tudo indica que vamos precisar mesmo de mais  algumas horas no nosso dia... .

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*Fernando Goldsztein, empresário. Fundador www.mbinitiative.org

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