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2021: um ano-chave para a inclusão financeira

Por Pedro Bono
Atualização:
Pedro Bono. FOTO: DIVULGAÇÃO Foto: Estadão

Quando pensamos na busca por dias melhores no ambiente de negócios brasileiro, 2021, em termos comparativos, já larga com boa dianteira em relação ao (sob tantos aspectos) excruciante ano de 2020.

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Se, ao longo de boa parte do ano passado, tivemos de conviver com o medo generalizado e longos período de lockdown, seguidos por restrições - brandas ou severas - a grande parte das atividades econômicas no Brasil e no mundo; 2021, em que se pesem as previsões tímidas de crescimento para o PIB do país (na casa de 3,45%, após queda de 4,5% em 2020, de acordo com o Boletim Focus) já começa com a distribuição e aplicação de vacinas em território nacional e em diversas nações, crescimento das bolsas de uma série de países ao redor do mundo ­- incluindo Brasil - e, consequentemente, melhora dos ânimos no ambiente de negócios interno e externo.

Para termos uma melhor perspectiva sobre este cenário, um levantamento do Valor Investe, de dezembro, indicou, por exemplo, previsão de crescimento de 11% para o Ibovespa em 2021, ao passo que setores como industrial e o de comércio também contam com boas perspectivas de recuperação - a CNC aponta previsão de crescimento de 3,3% para o comércio, enquanto a CNI projeta expansão da atividade industrial na casa de 4,4%.

Atrelada a este contexto, outra boa notícia envolve um mercado financeiro que, já antes de 2020, intensificou o amadurecimento de seus processos de digitalização e uma maior oferta de serviços para diferentes perfis de público no plano do crédito, investimentos, poupança e seguros; além da estruturação de novos meios de pagamento - com destaque evidente para o PIX, lançado oficialmente em novembro do ano passado e que, segundo diferentes projeções, pode assumir um protagonismo central nas transações financeiras do ambiente de negócios atual.

Dentro deste contexto, é também interessante notar um movimento crescente de investimentos em tecnologia na indústria bancária. Em 2019, por exemplo, estes investimentos aumentaram 48% no Brasil, em comparativo com o ano de 2018, segundo dados da FEBRABAN. Tal tendência não surge do acaso e deve continuar em expansão, sobretudo com o fortalecimento das fintechs no ambiente de negócios nacional (as quais registraram avanço de 34% em 2020, segundo levantamento da Distrito) e uma naturalização das transações bancárias a partir de plataformas digitais, que foram ainda mais impulsionadas no contexto de pandemia.

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A rota da inclusão

Dada a tendência de retomada econômica, que caminha em conjunto com boas perspectivas para a geração de vagas de empregos em diferentes setores, de crescimento no consumo das famílias e, como vimos acima, uma maior facilidade, diversidade e barateamento do acesso aos serviços financeiros; não parece exagero afirmar que estamos diante de uma janela de oportunidades no Brasil em termos de inclusão financeira.

Tal conquista, por sua vez, seria um grande passo para um país em que, até 2019, a "desbancarização" era uma realidade para mais de 45 milhões de brasileiros.

Sem dúvidas, tal cenário, para que seja efetivado de modo positivo, depende de outra série de fatores - como, por exemplo, a difusão da educação financeira na população e mesmo uma responsabilidade das instituições bancárias na distribuição de serviços que se adequem a realidade econômica de cada indivíduo.

Isso posto, a democratização dos serviços financeiros, do acesso ao crédito e a diferentes meios de pagamento, pode contribuir, inclusive, com a mobilidade socioeconômica, uma vez que estamos falando de ferramentas capazes de auxiliar cidadãos a financiar seus projetos, novos negócios, educação... E este caminho de inclusão financeira, vale reforçar, já está sendo traçado de modo consistente.

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Só em 2020, a digitalização contribuiu para a redução de mais de 70% no número de desbancarizado do país, de acordo com a Americas Market Intelligence.

São movimentos de um novo ambiente financeiro, o qual investe na abertura de portas do mercado para cidadãos que, até pouco, viviam a margem do sistema bancário tradicional.

*Pedro Bono é CEO e cofundador na Receiv

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