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02 da PF que contradisse Bolsonaro pede para depor outra vez

A Polícia Federal intimou ainda outros três delegados para serem ouvidos na investigação sobre as acusações feitas pelo ex-ministro Sérgio Moro a Jair Bolsonaro - Claudio Ferreira Gomes, Diretor de Inteligência da Polícia Federal, Cairo Costa Duarte, superintendente da corporação em Minas, e Rodrigo de Morais, responsável pelas investigações sobre a facada contra o presidente

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Foto do author Fausto Macedo
Por Pepita Ortega e Fausto Macedo
Atualização:

O delegado Carlos Henrique Oliveira, atual 'número dois' da Polícia Federal. Foto: Roberta Guimarães/Alepe

Após nove depoimentos no inquérito sobre suposta tentativa de interferência política do presidente Jair Bolsonaro na Polícia Federal, foram agendadas novas oitivas para a próxima semana, uma delas com um delegado que já prestou informações na investigação. O ex-chefe da Polícia Federal do Rio e atual diretor-executivo da corporação Carlos Henrique Oliveira pediu para depor novamente e será ouvido na quarta, 20.

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O novo 02 da PF afirmou na quarta, 13, que a corporação fluminense mirou familiares do presidente Jair Bolsonaro. Segundo ele, o inquérito 'era de âmbito eleitoral, e já foi relatado sem indiciamento'. O delegado também disse que a saída de Ricardo Saadi da chefia da PF no Rio não se deu por 'questões de produtividade', como alegado pelo presidente na primeira tentativa de trocar o superintendente da corporação fluminense, pivô das crises entre o presidente e o ex-ministro Sérgio Moro.

A Polícia Federal intimou ainda outros três delegados para serem ouvidos na investigação sobre as acusações feitas pelo ex-ministro Sérgio Moro ao presidente Bolsonaro. Na terça-feira, 19, prestará depoimento o delegado Claudio Ferreira Gomes, Diretor de Inteligência da Polícia Federal. A suposta cobrança por relatórios da corporação é um dos pontos centrais do inquérito.

Além de Oliveira, também serão ouvidos na quarta, 20, os delegados Cairo Costa Duarte e Rodrigo de Morais. Ambos estão lotados na Polícia Federal de Minas Gerais, sendo o primeiro o superintendente da unidade e o segundo o responsável por conduzir as investigações sobre o caso da facada contra o presidente durante a campanha eleitoral em 2018.

Nesta semana foram prestados nove depoimentos no âmbito do inquérito sobre a suposta tentativa de interferência do presidente Jair Bolsonaro na PF - dos delegados Maurício Valeixo, Alexandre Rmagem, Ricardo Saadi, Alexandre Saraiva, Carlos Henrique Oliveira; dos ministros Augusto Heleno (GSI), Walter Braga Netto (Casa Civil) e Luiz Eduardo Ramos (Secretaria de Governo); e da deputada federal Carla Zambelli (PSL).

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Também era prevista a oitiva do delegado Rodrigo Teixeira, ex-chefe da PF em Minas, mas o delegado acabou sendo dispensado do depoimento, ainda não tendo sido marcada nova data para nova audiência.

Vídeo da reunião ministerial do dia 22 de abril

Além dos depoimentos, outra questão central no inquérito Moro contra Bolsonaro é o vídeo da reunião ministerial do dia 22 de abril, que está sob sigilo temporário por ordem do ministro Celso de Cello, do Supremo Tribunal Federal, desde o dia que foi entregue pelo Planalto na sexta, 8.

A gravação foi exibida nesta terça, 12, a um restrito grupo de autoridades, sendo que fontes que acompanharam a exibição avaliaram que o conteúdo da gravação 'escancara a preocupação do presidente com um eventual cerco da Polícia Federal a seus filhos'.

Há uma expectativa de que o ministro Celso de Mello, relator da investigação do Supremo Tribunal Federal, decida sobre o levantamento do sigilo da gravação ainda nesta sexta, 15. O decano havia solicitado pareceres da Advocacia-Geral da União, da Procuradoria-Geral da República e da defesa do ex-ministro Sérgio Moro sobre a divulgação do vídeo, sendo que todas manifestações foram entregues até esta quinta, 14.

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