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Youtuber exibe trecho de documentário como se fosse 'reunião vazada' da cúpula do PT

Depoimento de Gilberto Carvalho, ex-ministro-chefe da Secretaria-Geral da Presidência da República, está disponível no documentário 'O Processo'

Por Gabi Coelho
Atualização:

Perfis de simpatizantes do presidente Jair Bolsonaro (sem partido) nas redes sociais têm compartilhado um vídeo, retirado de contexto, alegando se tratar do vazamento de uma reunião da cúpula do Partido dos Trabalhadores (PT). Na verdade, o conteúdo reproduz um trecho de um documentário, lançado em 2017, que aborda os bastidores do processo que culminou no impeachment da ex-presidente Dilma Rousseff.

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Com 23 mil curtidas e quase 95 mil visualizações, o vídeo de 11 minutos foi publicado no canal do YouTube de Luan Amâncio. Segundo o criador de conteúdo -- que se apresenta como patriota e conservador --, as cenas exibidas são de uma "reunião vazada" do ex-ministro-chefe da Secretaria-Geral da Presidência da República Gilberto Carvalho.

Sem especificar em qual data houve o suposto vazamento, Amâncio comenta trechos da reunião enquanto o material é exibido em seu celular em frente à câmera. 

 

O Estadão Verifica teve acesso ao documentário completo, gravado em 2016, mesmo ano em que aconteceu o impeachment. "O Processo" é uma produção audiovisual dirigida pela cineasta Maria Augusta Ramos e conta com depoimentos de Dilma Rousseff, Ricardo Lewandowski, Renan Calheiros, Gleisi Hoffmann, Lindbergh Farias, Vanessa Grazziotin e Humberto Costa. O documentário está disponível para ser alugado e comprado em plataformas de streaming. 

Em nota, Gilberto de Carvalho explica que tinha ciência de que estava sendo gravado e nega as acusações do post viral, em que o youtuber afirma que as falas do ex-ministro confirmam "como o PT saqueou o povo brasileiro". 

"É uma fala que faz análise das razões do golpe, onde aponto alguns equívocos, algumas insuficiências e erros que nós [PT] praticamos em nosso governo, sobretudo do ponto de vista da falta de comunicação", comenta o político. "Não tem nada a ver com querer esconder algo, pelo contrário. Eu faço uma autocrítica realista."

O Estadão Verifica tentou contato com Luan Amâncio, mas não obteve resposta. O espaço está aberto para manifestação.

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