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Vídeo antigo de procuradores da Lava Jato circula fora de contexto como 'recado urgente'

Em gravação, Deltan Dallagnol e outros integrantes da força tarefa da Lava Jato pedem que população defenda a operação

Por Alessandra Monnerat e Caio Sartori
Atualização:

O coordenador da força tarefa da operação Lava Jato no MPF, em Curitiba, Deltan Dallagnol FOTO: THEO MARQUES/ESTADÃO Foto: Estadão

Um vídeo de 2017 em que os procuradores da República Deltan Dallagnol, Isabel Groba e Carlos Fernando dos Santos Lima pediam apoio à Operação Lava Jato foi recentemente publicado no Facebook fora de contexto. Na gravação, os três convocam a população a se manifestar contra o projeto de lei de Abuso de Autoridade, que havia sido apresentado pelo então líder do MDB no Senado, Renan Calheiros. A legenda da postagem enganosa diz que é um "recado urgente para o Brasil".

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O vídeo foi publicado na última quinta-feira, 23, semana em que houve convocação no WhatsApp e nas redes sociais para manifestações a favor do presidente Jair Bolsonaro. Uma das pautas dos protestos era o apoio à Lava Jato. O mesmo usuário que postou o vídeo dos procuradores fora de contexto também compartilhou, dias depois, informações sobre a greve dos caminhoneiros do ano passado como se fossem relacionadas aos atos pró-governo.

O projeto de lei que alterou a Lei de Abuso de Autoridade foi aprovado pelo Senado em abril de 2017, mas de forma suavizada, por meio de um texto substitutivo. Ele foi alvo de críticas de procuradores do Ministério Público Federal, que viam no projeto uma forma de cercear os trabalhos do órgão. No vídeo, Dallagnol diz que a legislação "calaria de vez" a Lava Jato e o então juiz Sérgio Moro (veja abaixo).

Um dos procuradores que aparecem no vídeo já não está mais no MP. Em março deste ano, Carlos Fernando dos Santos Lima, o mais antigo integrante da força-tarefa da Lava Jato, se aposentou aos 55 anos para abrir um escritório de advocacia na área de compliance.

Este conteúdo foi selecionado para checagem por meio da parceria entre Estadão Verifica e Facebook (leia mais aqui). Para sugerir checagens, envie uma mensagem por WhatsApp ao número (11) 99263-7900.

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