Vídeo antigo de manifestações contra STF circula em meio a julgamento sobre prisão após segunda instância

Imagens foram gravadas em setembro, quando grupo favorável à abertura da 'CPI da Lava Toga' tentou derrubar grades e foi reprimido por policiais militares

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Por Paulo Roberto Netto
Atualização:

Manifestantes pró-Lava Jato fazem protesto contra julgamento do STF sobre direito de delatadores se manifestarem junto de delatores. Foto: Dida Sampaio / Estadão (25/09/2019)

Um vídeo antigo de uma manifestação contra o Supremo Tribunal Federal (STF) circula nas redes sociais como se fosse de um protesto realizado recentemente, em meio ao julgamento sobre prisão após condenação em segunda instância. As imagens, no entanto, foram feitas em setembro, quando estava sendo julgada outra ação que poderia atingir sentenças da Operação Lava Jato.

Por meio de busca reversa de imagem, foi possível localizar o mesmo vídeo no canal do portal jurídico Migalhas, publicado no dia 26 de setembro de 2019. As cenas registram o mesmo tumulto divulgado nas redes sociais como se tivessem ocorrido recentemente:

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A busca também localizou reportagem do dia 25 de setembro de 2019 publicada no Blog do Fausto Macedo, do 'Estado', sobre os confrontos entre manifestantes vestidos de verde e amarelo e a Polícia Militar do Distrito Federal. Um policial e um manifestante ficaram feridos.

O grupo havia se reunido para exigir a abertura da chamada "CPI da Lava Toga", comissão mista do Congresso que investigaria supostos abusos cometidos pelo Judiciário, e pressionar o STF em relação a julgamento de habeas corpus que poderia afetar sentenças da Operação Lava Jato.

O STF julgava naquele dia um pedido de um ex-gerente da Petrobrás sobre o direito de um réu se manifestar após as alegações dos seus delatores. No dia 02 de outubro, o  tribunal firmou o entendimento de que o delatado deve se manifestar por último. Uma tese sobre o assunto será elaborada para guiar o entendimento das instâncias inferiores.

Caminho da verificação. Para verificar esta peça de desinformação, o Estadão Verifica realizou a busca reversa de imagem no Google Imagens a partir de um frame do vídeo. A pesquisa localizou o vídeo publicado no canal Migalhas e a reportagem do Blog do Fausto Macedo sobre o acontecimento.

Este boato foi selecionado para verificação por meio da parceria entre o Estadão Verifica e o Facebook. O AosFatos e a Agência Lupa também desmentiram este conteúdo.

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