A remoção de 196 páginas e 87 perfis do Facebook, que causou polêmica nesta quarta-feira, 25, não foi explicada em detalhes pela empresa..
Em nota intitulada 'Garantindo um ambiente autêntico e seguro', a plataforma alegou que a exclusão foi motivada por uma investigação que revelou violações das políticas de autenticidade.
"Essas páginas e perfis faziam parte de uma rede coordenada que se ocultava com o uso de contas falsas no Facebook, e escondia das pessoas a natureza e a origem de seu conteúdo com o propósito de gerar divisão e espalhar desinformação", diz o texto.
Segundo informações obtidas pelo Estado, a investigação sobre a rede durou meses e derrubou não apenas perfis falsos, mas também usuários registrados com sua identidade real. Isso ocorreu porque o Facebook detectou conexões entre esses usuários e outras contas falsas.
Apenas nos casos em que houve "alto grau" de certeza de envolvimento com a rede irregular,segundo a análise de inteligência do Facebook, é que páginas e contas foram desativadas. Outros perfis foram poupados por falta de evidências suficientes de mau uso da plataforma, de acordo com a apuração.
Questionada pelo Estadão Verifica, a assessoria de imprensa do Facebook deu mais detalhes do trecho das políticas de autenticidade que embasou as remoções.
Veja abaixo os pontos destacados pelo Facebook:
"Não envolva-se em comportamento não autêntico, que inclui criar, gerenciar ou perpetuar:
- Contas falsas
- Contas com nomes falsos
- Contas que participam de comportamentos não autênticos coordenados, ou seja, em que múltiplas contas trabalham em conjunto com a finalidade de:
- Enganar as pessoas sobre a origem do conteúdo
- Enganar as pessoas sobre o destino dos links externos aos nossos serviços (por exemplo, fornecendo uma URL de exibição incompatível com a URL de destino)
- Enganar as pessoas na tentativa de incentivar compartilhamentos, curtidas ou cliques
- Enganar as pessoas para ocultar ou permitir a violação de outras políticas de acordo com os Padrões da Comunidade."
A política completa do Facebook pode ser lida aqui.
Páginas e perfis eram ligados ao MBL
A investigação do Facebook, revelada em primeira mão pela agência 'Reuters', atingiu uma rede ligada ao Movimento Brasil Livre, o MBL, um dos principais apoiadores do impeachment da ex-presidente Dilma Rousseff em 2016. O movimento acusou a empresa de censura e de estar agindo com viés ideológico -- no Twitter, um integrante do grupo chamou a ação do Facebook, cuja sede é nos Estados Unidos, de "expurgo soviético".