Alessandra Monnerat
31 de maio de 2021 | 19h04
Um tuíte que viralizou nesta segunda-feira, 31, usa fotos de 2011 e de 2016 da Avenida Paulista para semear dúvidas sobre o tamanho do protesto ocorrido no local, no sábado, 29, contra o presidente Jair Bolsonaro. O cantor Roger Rocha Moreira, da banda Ultraje a Rigor, compartilhou duas imagens antigas do Museu de Arte de São Paulo (Masp) com a legenda “que estranho, sumiram com um prédio entre o dia da manifestação e hoje…”.
O tuíte alcançou 11,1 mil curtidas e leitores solicitaram a checagem do conteúdo pelo WhatsApp do Estadão Verifica, 11 97683-7490.
Roger publicou uma foto de protestos na Avenida Paulista de março de 2016, quando milhares foram às ruas defender o governo de Dilma Rousseff. Nessa imagem, publicada no site Esquerda Diário, é possível ver um prédio alto ao lado do Masp. O cantor comparou o registro da manifestação antiga com outra foto do museu, em que o edifício não aparece.
A foto em que não aparece o prédio ao lado do Masp foi feita entre 2010 e 2011. É possível verificar isso no Google Maps. Na ferramenta Street View, podemos ver como a fachada do museu se modificou ao longo dos anos. Em um registro de fevereiro de 2010, o edifício ao lado do Masp não tinha sido erguido; uma foto de abril de 2011 mostra a construção já de pé, mas ainda em andamento. Veja abaixo.
Masp em fevereiro de 2010. Foto: Google Maps
Masp em abril de 2011. Foto: Google Maps
Masp em junho de 2020. Foto: Google Maps.
A imagem antiga do Masp tem a marca do blog “Para Viagem”. Encontramos uma publicação de 22 de abril de 2014 com a foto — que naquela época já estava desatualizada. Mais um indício que o registro do museu não é de “hoje”, como Roger escreve no tuíte.
Foto: Reprodução/Blog Para Viagem
No sábado, 29 de maio, milhares foram à Avenida Paulista para protestar contra o governo, pedir a retomada do auxílio emergencial e reivindicar a vacinação em massa. Veja abaixo uma foto feita pelo Estadão.
Protesto em 29 de maio contra o governo Bolsonaro. Foto: Taba Benedicto/Estadão
O Estadão Verifica entrou em contato com a banda Ultraje a Rigor e atualizará este texto quando houver resposta.
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