Tabela traz valores errados de salários mínimos na América do Sul

Ao contrário do que afirmam postagens no Facebook, Venezuela não tem mínimo maior do que o do Brasil

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Por Alessandra Monnerat
Atualização:

Uma tabela divulgada em postagens do Facebook usa dados errados para comparar os salários mínimos na América do Sul. No ranking publicado nas redes sociais, Argentina, Venezuela e Equador aparecem como os países com remunerações mais altas na região, enquanto o Brasil está em último lugar, entre 12 nações. Isso não é verdade: em valores convertidos em dólares, o salário mínimo mais alto da região é o do Chile, seguido por Equador e Uruguai.

 Foto: Estadão

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O Brasil está na 10ª posição entre os 12 países citados. Por último, vêm Suriname e Venezuela, com mínimos muito abaixo de outros estados sul-americanos. O ranking feito nas postagens também não leva em conta que o poder de compra nos países mencionados é diferente, o que dificulta a comparação por valores nominais. A tabela que foi compartilhada no Facebook contém ainda outro erro: a Bolívia é citada duas vezes, com valores diferentes de salário. 

As postagens analisadas no Facebook citam como fonte o Banco Mundial. Não encontramos qualquer estudo ou divulgação recente da instituição sobre os salários mínimos na América do Sul.

O Estadão Verifica pesquisou os salários mínimos na América do Sul e encontrou os valores listados na tabela abaixo. As fontes das informações são os sites do governo de cada país. As conversões foram feitas na ferramenta do Banco Central brasileiro.

E-Farsas e Boatos.Org também checaram este conteúdo.

Este boato foi checado por aparecer entre os principais conteúdos suspeitos que circulam no Facebook. O Estadão Verifica tem acesso a uma lista de postagens potencialmente falsas e a dados sobre sua viralização em razão de uma parceria com a rede social. Quando nossas verificações constatam que uma informação é enganosa, o Facebook reduz o alcance de sua circulação. Usuários da rede social e administradores de páginas recebem notificações se tiverem publicado ou compartilhado postagens marcadas como falsas. Um aviso também é enviado a quem quiser postar um conteúdo que tiver sido sinalizado como inverídico anteriormente. Um pré-requisito para participar da parceria com o Facebook  é obter certificação da International Fact Checking Network (IFCN), o que, no caso do Estadão Verifica, ocorreu em janeiro de 2019. A associação internacional de verificadores de fatos exige das entidades certificadas que assinem um código de princípios e assumam compromissos em cinco áreas:  apartidarismo e imparcialidade; transparência das fontes; transparência do financiamento e organização; transparência da metodologia; e política de correções aberta e honesta. O comprometimento com essas práticas promove mais equilíbrio e precisão no trabalho.

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