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É falso texto viral sobre sequestro relâmpago de crianças em shopping Iguatemi

Rede de shoppings nega que situação descrita em postagens tenha ocorrido; relato circula desde 2013 nas redes sociais

Por Pedro Prata
Atualização:

Voltou a viralizar no Facebook uma mensagem com alerta de que criminosos estariam sequestrando crianças em um shopping Iguatemi. Este conteúdo circula pelo menos desde 2013 e já foi desmentido pela rede de shoppings em diversas ocasiões. Além disso, a mensagem tem características comuns a peças de desinformação (veja mais abaixo).

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Os posts contam a história de um casal que teria levado a filha de cinco anos para passear em um domingo no "Shopping Iguatemi". Os pais teriam percebido que três homens os seguiam e acionaram a equipe de segurança do shopping, que deteve um dos criminosos. Segundo o relato que viralizou, o homem teria confessado que eles fazian parte de uma "gangue de sequestro relâmpago infantil" que tinha o objetivo de extorquir pais. A mensagem foi compartilhada ao menos 50 mil vezes desde que foi publicada, em novembro de 2020.

Não se deixe levar por conteúdos alarmistas e reflita antes de passar uma postagem adiante. Foto: Reprodução

A rede Iguatemi informou ao Estadão Verifica que a situação descrita nunca aconteceu. Também comunicou que esse conteúdo falso sempre volta a viralizar perto das festas de fim de ano.

Ao buscar no Google as palavras-chave "shopping Iguatemi" e "sequestro crianças", é possível ver que o jornal Gazeta de Rio Preto, de São José do Rio Preto, no interior paulista, já havia desmentido o boato. O veículo também identificou a postagem circulando em Sorocaba e Campinas, todas cidades com unidades da rede Iguatemi. A assessoria disse ao jornal que não havia nenhuma "Drogaria Iguatemi" nos shoppings, ao contrário do que diz o boato.

Características de desinformação

O primeiro sinal de que a história é falsa é que o relato é muito vago e não faz menção a qual shopping Iguatemi se refere. A rede tem ao menos oito unidades no Estado de São Paulo. A falta de uma data precisa também permite que o conteúdo volte a viralizar de tempos em tempos.

A postagem também faz uso de palavras em caixa alta e termos alarmantes como "ASSUNTO SÉRIO", "ALERTA VERMELHO" E "SOCORRO". Esta é uma estratégia comum a peças de desinformação porque apela para o senso de urgência do leitor e estimula que ele compartilhe o post rapidamente. É importante parar e refletir antes de compartilhar um conteúdo em suas redes sociais. Faça uma pesquisa para ver se aquela informação não foi desmentida anteriormente.

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Este conteúdo também foi checado por e-farsas e Boatos.org.


Este boato foi checado por aparecer entre os principais conteúdos suspeitos que circulam no Facebook. O Estadão Verifica tem acesso a uma lista de postagens potencialmente falsas e a dados sobre sua viralização em razão de uma parceria com a rede social. Quando nossas verificações constatam que uma informação é enganosa, o Facebook reduz o alcance de sua circulação. Usuários da rede social e administradores de páginas recebem notificações se tiverem publicado ou compartilhado postagens marcadas como falsas. Um aviso também é enviado a quem quiser postar um conteúdo que tiver sido sinalizado como inverídico anteriormente.

Um pré-requisito para participar da parceria com o Facebook  é obter certificação da International Fact Checking Network (IFCN), o que, no caso do Estadão Verifica, ocorreu em janeiro de 2019. A associação internacional de verificadores de fatos exige das entidades certificadas que assinem um código de princípios e assumam compromissos em cinco áreas:  apartidarismo e imparcialidade; transparência das fontes; transparência do financiamento e organização; transparência da metodologia; e política de correções aberta e honesta. O comprometimento com essas práticas promove mais equilíbrio e precisão no trabalho.

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