Posts usam vídeo de respiradores abandonados no mato para espalhar teoria da conspiração

Encontrados pela PM, aparelhos tinham sido roubados de hospital; boatos alegam que teriam sido descartados por governadores para desestabilizar Bolsonaro

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Por Pedro Prata
Atualização:

São falsas as postagens em redes sociais que afirmam que governadores teriam descartado respiradores pulmonares no mato para desestabilizar o governo federal. Os posts tiram de contexto um vídeo no qual a Polícia Militar de São Paulo mostra que localizou aparelhos roubados enquanto seguiam para um hospital na zona leste da Capital. Leitores solicitaram a checagem deste conteúdo pelo WhatsApp do Estadão Verifica, 11 97683-7490.

Respiradores pulmonares jogados no mato haviam sido roubados enquanto seguiam para hospital. Foto: Reprodução

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Uma das postagens nas redes diz que "vários governadores estão dando fim nos respiradores para matar o povo e colocar a culpa no governo federal". Outra acusa prefeitos e governadores de "sabotar a população, fechar leitos de UTI e sucatear o sistema de saúde para gerar ainda mais caos e se beneficiar disso".

As informações são falsas. O vídeo que circula nas redes sociais é de uma operação policial que, após denúncia anônima, encontrou respiradores pulmonares descartados em um matagal na zona rural de Ferraz de Vasconcelos, cidade da Grande São Paulo.

De acordo com o delegado Cleverson Omena, do 1º Distrito Policial de Ferraz de Vasconcelos, os equipamentos tinham os mesmos números de registro de aparelhos roubados na região de Mairiporã, também na Grande São Paulo. Os respiradores foram roubados enquanto eram levados para o Hospital Santa Virginia, na zona leste da Capital. Os equipamentos estavam intactos e foram levados para o hospital no mesmo dia. O valor da carga era de R$ 537 mil.

Algumas postagens alegam que o vídeo teria sido gravado no Mato Grosso. Porém, uma análise das imagens permite ver o símbolo da Polícia Civil de São Paulo. Um dos policiais chega a dizer que estão na "DP (Delegacia de Polícia) Central de Ferraz (de Vasconcelos)".

Brasão da Polícia Civil de São Paulo confirma que vídeo foi gravado no Estado. Foto: Reprodução
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