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Postagem viral espalha história falsa de pitbull que matou criminosos em Brasília

Boato circula desde 2016, e gerou até abaixo-assinado para que autoridades não sacrificassem o cachorro fictício 'Thor'

Por Ana Carolina Santos
Atualização:

É falso que um pitbull chamado Thor tenha matado dois homens que tentaram invadir uma casa em Brasília e estuprar uma mulher de 43 anos. Tanto a Polícia Civil do Distrito Federal (PCDF) como o Tribunal de Justiça do Distrito Federal e dos Territórios (TJDFT) informaram não existir registro do caso, que viralizou nas redes sociais. Uma publicação no Facebook contando a história inventada do cão foi compartilhada quase 7 mil vezes.

É falso que pitbull tenha matado dois homens em Brasília  

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A postagem no Facebook afirma que Thor teria atacado dois criminosos, e que por isso a Justiça estaria pedindo que o cão fosse sacrificado. Ao buscar sobre o assunto na Internet, não aparecem notícias em sites confiáveis que reportem um caso semelhante. O Estadão Verifica entrou em contato com as assessorias de comunicação da PCDF e do TJDFT e ambas confirmaram que não há registro do suposto crime em Brasília.

Trata-se de um boato que circula pelo menos desde 2016. À época, fizeram até abaixo-assinado para que as autoridades não sacrificassem o cachorro, com 9 mil assinaturas. Aplicando a ferramenta de busca reversa de imagem, verifica-se que a foto que em tese é de Thor, na verdade, é de um banco de imagens.

Um caso similar ocorreu em outubro de 2012, em São Sebastião, no Distrito Federal. Um jovem de 19 anos invadiu uma chácara no munícipio, tentou estuprar a proprietária do local -- também de 43 anos -- mas, por medo do cão Rec, fugiu com apenas R$ 4 e um celular. A diferença para o conteúdo verificado é que Rec é um vira-lata, e não um pitbull, como o fictício Thor. Além disso, o animal não matou o invasor, nem foi sacrificado.

O Estadão fez um compilado de dicas para ajudar a identificar boatos e também um passo a passo para fazer buscas reversas de imagens e descobrir a origem de fotos suspeitas. Os leitores do blog também podem sugerir uma checagem pelo WhatsApp: (11) 97683-7490.

O site Boatos.Org verificou o mesmo conteúdo em junho de 2016.

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