Postagem inventa cargo público para Renan Bolsonaro com salário de R$ 37 mil

Não há registro no Diário Oficial de que quarto filho do presidente tenha sido indicado a função na Secretaria Especial de Cultura

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Por Tiago Aguiar
Atualização:

É falso que Jair Renan Bolsonaro, o quarto filho do presidente Jair Bolsonaro, tenha sido nomeado para o cargo de consultor da Secretaria Especial de Cultura do governo federal, com salário de R$ 37 mil mensais. Consultas no Diário Oficial da União e no Portal da Transparência mostram que não há registro de que Renan Bolsonaro tenha sido nomeado para um cargo no governo federal. Essa alegação falsa foi compartilhada em postagens no Facebook que somavam 2,3 mil compartilhamentos desde o dia 15 de setembro.

 Foto: Estadão

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Em nota ao Estadão Verifica, a Secretaria Especial de Cultura reforçou que não existe qualquer vínculo entre a pasta e Renan: "Infelizmente, estamos diante de mais um boato sem o menor fundamento, com foco exclusivamente em tentar tumultuar o ambiente e desestabilizar o Governo".

No último dia 31, o chefe da Secretaria, Mario Frias, recebeu uma visita de Renan para uma reunião sobre esportes eletrônicos, os eSports -- aqueles jogados por computador ou videogame. Após o encontro, ambos postaram nas suas redes sociais uma foto juntos.

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O Aos Fatos também checou este conteúdo.

Este boato foi checado por aparecer entre os principais conteúdos suspeitos que circulam no Facebook. O Estadão Verifica tem acesso a uma lista de postagens potencialmente falsas e a dados sobre sua viralização em razão de uma parceria com a rede social. Quando nossas verificações constatam que uma informação é enganosa, o Facebook reduz o alcance de sua circulação. Usuários da rede social e administradores de páginas recebem notificações se tiverem publicado ou compartilhado postagens marcadas como falsas. Um aviso também é enviado a quem quiser postar um conteúdo que tiver sido sinalizado como inverídico anteriormente.

Um pré-requisito para participar da parceria com o Facebook  é obter certificação da International Fact Checking Network (IFCN), o que, no caso do Estadão Verifica, ocorreu em janeiro de 2019. A associação internacional de verificadores de fatos exige das entidades certificadas que assinem um código de princípios e assumam compromissos em cinco áreas:  apartidarismo e imparcialidade; transparência das fontes; transparência do financiamento e organização; transparência da metodologia; e política de correções aberta e honesta. O comprometimento com essas práticas promove mais equilíbrio e precisão no trabalho.

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