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Postagem falsa liga jogador Eto'o a pagamento de fiança de Ronaldinho Gaúcho

Argentino Lionel Messi também foi personagem de boato semelhante

Por Tiago Aguiar
Atualização:

É falso que o jogador de futebol camaronês Samuel Eto'o tenha pagado parte da fiança de Ronaldinho Gaúcho e de seu irmão Roberto de Assis, que estavam presos em Assunção, no Paraguai. Na realidade, a própria defesa do ex-atleta apresentou o pagamento de fiança, de US$ 1,6 milhão (aproximadamente R$ 8,3 milhões), em abril. Os advogados do ex-jogador brasileiro usaram dinheiro de uma conta de Ronaldinho na Europa, de acordo com a Agência EFE.

Após o depósito, os irmãos passaram a cumprir regime de prisão domiciliar em um hotel paraguaio. Ronaldinho e Assis foram detidos em 6 de março deste ano, por usarem passaportes falsos e documentos de identidade para entrar no país dois dias antes. Eles ficaram por um mês em prisão preventiva no Agrupamento Especializado, um quartel da Polícia Nacional adaptado como presídio em Assunção. Após decisão judicial favorável e o pagamento da fiança, ambos se deslocaram para o Hotel Palmaroga, no centro da capital paraguaia.

 Foto: Estadão

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O texto com o boato sobre Eto'o possui ainda outra informação errada. O valor da fiança paga foi de 1,6 milhão de dólares, não 1,6 milhão de euros. A postagem ainda usa uma imagem fora de contexto de Eto'o e Ronaldinho se abraçando: a foto foi feita no final do ano passado na Arábia Saudita.

Entre 2004 e 2008, os jogadores formaram uma dupla de ataque no Barcelona de sucesso: ganharam uma Liga dos Campeões, dois Campeonatos Espanhóis e duas Supercopas da Espanha. No dia 21 de março deste ano, aniversário de Ronaldinho, Eto'o publicou no seu Instagram uma mensagem de apoio ao amigo, sem mencionar nenhum pagamento de fiança.

O craque argentino Lionel Messi, que jogou no Barcelona na mesma época que a dupla, foi personagem de um boato semelhante. Em abril, ele desmentiu que tenha pagado a fiança de Ronaldinho.

Este boato também foi checado por Boatos.org. Este boato foi checado por aparecer entre os principais conteúdos suspeitos que circulam no Facebook. O Estadão Verifica tem acesso a uma lista de postagens potencialmente falsas e a dados sobre sua viralização em razão de uma parceria com a rede social. Quando nossas verificações constatam que uma informação é enganosa, o Facebook reduz o alcance de sua circulação. Usuários da rede social e administradores de páginas recebem notificações se tiverem publicado ou compartilhado postagens marcadas como falsas. Um aviso também é enviado a quem quiser postar um conteúdo que tiver sido sinalizado como inverídico anteriormente. Um pré-requisito para participar da parceria com o Facebook  é obter certificação da International Fact Checking Network (IFCN), o que, no caso do Estadão Verifica, ocorreu em janeiro de 2019. A associação internacional de verificadores de fatos exige das entidades certificadas que assinem um código de princípios e assumam compromissos em cinco áreas:  apartidarismo e imparcialidade; transparência das fontes; transparência do financiamento e organização; transparência da metodologia; e política de correções aberta e honesta. O comprometimento com essas práticas promove mais equilíbrio e precisão no trabalho.

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