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Post sobre manifestações contra cortes na educação usa fotos antigas

Página no Facebook compartilhou imagens de protestos antigos contra a eleição de Jair Bolsonaro e por direitos para trabalhadoras rurais como se fossem recentes

Por Alessandra Monnerat
Atualização:

Manifestação de estudantes em Brasília Foto: DIDA SAMPAIO / ESTADÃO

Uma publicação viral no Facebook mistura fotos antigas e recentes para inflar o público que compareceu às manifestações contra cortes na educação nesta terça-feira, 13. Entre as imagens compartilhadas, estão a de um protesto contra a eleição de Jair Bolsonaro, no ano passado, e de uma marcha a favor dos direitos das mulheres, em 2015.

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Para encontrar o contexto original de fotografias publicadas na internet, basta utilizar ferramentas de pesquisa reversa de imagens. Hoje, Google, TinEye, Yandex e Bing oferecem esse serviço.

Uma das fotos utilizadas fora de contexto é a da manifestação #EleNão, realizada em Curitiba em setembro do ano passado. Os registros foram feitos pelo fotógrafo Ricardo Stuckert e foram publicadas no site do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva e em blogs pessoais.

Outra imagem antiga é da Marcha das Margaridas de 2015, registrada pelo fotógrafo José Cruz e distribuída pela Agência Brasil. O arquivo está hospedado nos bancos de imagem Wikimedia Commons e Fotos Públicas. A marcha é organizada desde 2000 por trabalhadoras rurais, sempre no dia 12 de agosto, para lembrar o assassinato da líder sindical Margarida Maria Alves e reivindicar direitos iguais.

Também foram compartilhadas na publicação enganosa fotos da 1ª Marcha das Mulheres Indígenas, realizada em Brasília nesta terça-feira, 13. O protesto foi convocado pela Articulação dos Povos Indígenas do Brasil (Apib), contra políticas do governo de Jair Bolsonaro sobre essas populações. Um dos registros é do fotógrafo Leo Otero, da Mídia Ninja.

De acordo com a Folha de S. Paulo, o ato contra cortes na educação em Brasília se juntou à marcha pelos direitos de indígenas por volta das 11h. Os dois grupos de manifestantes ficaram no gramado em frente ao Congresso Nacional.

Lideranças indígenas invadiram o anexo do Ministério da Saúde, em Brasília, durante a primeira edição da Marcha das Mulheres Indígenas. O protesto é contra cortes orçamentários. Foto: Sergio Lima / AFP

A publicação no Facebook também compartilha uma imagem da manifestação do dia 13 de agosto de 2019 contra cortes da educação em Brasília. A mesma fotografia já havia sido divulgada no site do PT e de outros veículos. Há ainda uma foto que foi compartilhada em uma postagem sobre os protestos da terça-feira no site da Central Única dos Trabalhadores do Rio Grande do Sul (CUT-RS).

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As manifestações mais recentes foram convocadas pela União Nacional dos Estudantes (UNE), contra os cortes no orçamento de educação. A pauta também era em defesa da autonomia das universidades e contra o programa Future-se, do Ministério da Educação (MEC), que busca atrair investimentos privados para instituições públicas.

De acordo com a UNE, as manifestações ocorreram em mais de 150 cidades dos 26 Estados e no Distrito Federal. No entanto, o público foi menor em comparação aos grandes protestos pela educação realizados nos dias 15 e 30 de maio.

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