É falso que presidente de entidade que pediu suspensão do piso da enfermagem seja filiado ao PT

Vídeo viral confunde presidente da CNSaúde, que pediu na Justiça a suspensão do piso, com presidente do CNS, que criticou a medida

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Por Kally Momesso
Atualização:

Não é verdade que o presidente da associação que moveu um processo judicial contra a criação de um piso salarial para a enfermagem seja filiado ao PT. Um vídeo que viralizou no TikTok confunde a Confederação Nacional de Saúde, Hospitais e Estabelecimentos e Serviços (CNSaúde) - que iniciou a ação - com o Conselho Nacional de Saúde (CNS) - que se posicionou a favor do piso salarial dos enfermeiros.

No domingo, 4, o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Luís Roberto Barroso decidiu suspender, de forma liminar, a lei que criou o piso nacional para a enfermagem. Ele atendeu a um pedido da CNSaúde, que argumentou que o pagamento do piso geraria risco de demissão em massa em hospitais. Barroso deu 60 dias para que entidades públicas e privadas esclareçam o impacto financeiro do aumento no salário de profissionais da enfermagem.

 

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No vídeo viral, um homem não identificado acerta ao afirmar que a ação no STF foi movida pela CNSaúde, mas erra o nome do presidente da confederação. Atualmente, a entidade é presidida pelo médico Breno Monteiro. Ele não é filiado a nenhum partido político, segundo busca na base de dados Brasil.Io. No entanto, o vídeo expõe fotos de Fernando Pigatto, que na verdade é presidente do CNS. Nas imagens, Pigatto aparece com camiseta e bandeira do PT. Ele sim, é filiado ao partido.

Após a viralização do vídeo, o CNS divulgou uma nota esclarecendo que não é o autor do processo contra o piso. A entidade afirmou que recomendou ao STF que rejeitasse o pedido da CNSaúde. "O CNS destaca a agenda permanente do colegiado em favor da conquista de políticas públicas de proteção e valorização do trabalho destes profissionais da saúde", disse a nota.

A CNSaúde afirmou ter ingressado com a ação porque a lei que definiu o piso salarial da enfermagem não indicava a fonte de custeio. Um texto divulgado pela confederação cita "os riscos à autonomia dos entes federativos, os reflexos sobre a empregabilidade no setor, a subsistência de inúmeras instituições hospitalares e, por conseguinte, a própria prestação dos serviços de saúde" como razões para suspender o aumento no pagamento de enfermeiros.

texto divulgado pela confederação

A lei do piso salarial para os profissionais de enfermagem foi sancionada pelo presidente Jair Bolsonaro (PL) em agosto. O texto estabeleceu o valor de R$ 4.750 para enfermeiros, R$ 3.325 para técnicos de enfermagem e R$ 2.375, para auxiliares de enfermagem e parteiras.

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