Alessandra Monnerat e Caio Sartori
08 de janeiro de 2019 | 14h32
Circula no WhatsApp e no Facebook a informação falsa de que o ministro da Economia, Paulo Guedes, vai extinguir o auxílio-reclusão. A corrente afirma que Guedes teria “acabado de anunciar” o fim do benefício, mas nenhuma declaração do tipo foi registrada pela imprensa.
O ministro da Economia, Paulo Guedes. Foto: Adriano Machado/Reuters
Embora o ministro tenha sinalizado que quer priorizar a Reforma da Previdência, ainda não foram detalhados os planos do governo de Jair Bolsonaro. Na última sexta-feira, 4, o presidente criticou o valor do benefício em suas redes sociais e prometeu fazer um “pente-fino”.
A mensagem falsa que foi enviada ao número do Estadão Verifica (11-99263-7900) também contém outras informações erradas sobre o auxílio-reclusão. Uma delas é que “todo presidiário com filhos” tem direito ao benefício — na realidade, apenas presos que contribuem regularmente com o Instituto Nacional de Seguridade Social (INSS) no momento da prisão. Em 2017, cerca de 47,6 mil pessoas eram beneficiárias.
Outra falsidade é sobre o valor do auxílio. O boato afirma que o vencimento atual é de R$ 1.292,43, acima do valor do salário mínimo, mas isso não é verdade. O montante depende do último salário recebido pelo presidiário, que deve ser igual ou inferior a R$ 1.319,18 (esse número é atualizado anualmente). Em 2017, a média recebida por cada beneficiário era R$ 1.465,02.
O cálculo do benefício recebido pelos familiares do preso é o mesmo das pensões por morte. Segundo o INSS, a matemática é a seguinte: são consideradas todas as contribuições previdenciárias que o segurado realizou, exceto as 20% mais baixas. O auxílio corresponde à média aritmética dessa conta.
Em julho de 2018, o Estadão Verifica explicou como funciona o auxílio-reclusão. Leia a matéria completa aqui.
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