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Onda de ataques a STF inclui boato falso de que ministros recebem R$ 90 mil de auxílio-alimentação

Benefício não é pago aos integrantes da Corte; remuneração pode ser consultada no Portal da Transparência

Por Marcos Leandro e Gabi Coelho
Atualização:

Publicações nas redes sociais alegam que, enquanto a população "luta por um pão na chapa", membros do Supremo Tribunal Federal (STF) recebem cerca de R$ 90 mil de auxílio-alimentação por mês. Essa informação foi negada pelo Poder Judiciário.   

 

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Na imagem, divulgada no Facebook e no Twitter, aparecem os ministros Cármen Lúcia (duas vezes), Ricardo Lewandowski, Edson Fachin, Rosa Weber, Luiz Fux, Luís Roberto Barroso, Alexandre de Moraes, Marco Aurélio e Gilmar Mendes.

Em resposta ao Estadão Verifica, a assessoria de imprensa do STF afirmou que nenhum ministro recebe auxílio-alimentação ou auxílio-moradia. 

No Portal da Transparência do STF consta a remuneração de cada ministro. O pagamento bruto mais recente a Cármen Lúcia, Ricardo Lewandowski, Gilmar Mendes, Luiz Fux, Luís Roberto Barroso, Marco Aurélio e Rosa Weber foi de R$ 45.856,13. Já Kassio Nunes Marques, recém-chegado ao STF, indicado ao seu cargo em outubro de 2020, mas empossado em novembro, recebeu R$ 34.054,21.

Veja na tabela abaixo o salário bruto e o salário líquido de cada ministro

Este boato foi checado por aparecer entre os principais conteúdos suspeitos que circulam no Facebook. O Estadão Verifica tem acesso a uma lista de postagens potencialmente falsas e a dados sobre sua viralização em razão de uma parceria com a rede social. Quando nossas verificações constatam que uma informação é enganosa, o Facebook reduz o alcance de sua circulação. Usuários da rede social e administradores de páginas recebem notificações se tiverem publicado ou compartilhado postagens marcadas como falsas. Um aviso também é enviado a quem quiser postar um conteúdo que tiver sido sinalizado como inverídico anteriormente.

Um pré-requisito para participar da parceria com o Facebook  é obter certificação da International Fact Checking Network (IFCN), o que, no caso do Estadão Verifica, ocorreu em janeiro de 2019. A associação internacional de verificadores de fatos exige das entidades certificadas que assinem um código de princípios e assumam compromissos em cinco áreas:  apartidarismo e imparcialidade; transparência das fontes; transparência do financiamento e organização; transparência da metodologia; e política de correções aberta e honesta. O comprometimento com essas práticas promove mais equilíbrio e precisão no trabalho.

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