É falso que um pastor chamado Venceslau tenha morrido devido a reações da vacina Coronavac, imunizante contra covid-19 do laboratório chinês Sinovac que é importado e produzido no Brasil pelo Instituto Butantan.
O boato circula nas redes sociais em diferentes versões e níveis de detalhamento. Todas as mensagens, porém, apresentam a foto de um homem ao lado da suposta data de nascimento e óbito. Uma série de posts enganosos afirma que falecido seria um pastor da cidade de Araguaína, no Tocantins.
A imagem, entretanto, foi copiada de perfis do Facebook de amigos e familiares de um homem que frequentava a cidade de Guarulhos, em São Paulo, e morreu no dia 20 de janeiro. Nas publicações originais não há menção a vacina. Comentários sugerem que a morte foi consequência de complicações de covid-19. A reportagem procurou a família do falecido para confirmar a causa do óbito, mas não obteve retorno.
Não há registros de mortes provocadas por reações da Coronavac no Brasil. Em nota, a Prefeitura de Araguaína esclareceu que "nenhuma complicação após a aplicação da vacina foi registrada na cidade". O comunicado também indica que algumas versões do boato atribuíram ao homem a ocupação de enfermeiro.
A administração municipal ainda ressaltou que a data de falecimento indicada na imagem "é de um dia antes ao início da vacinação da cidade" e que o nome 'Venceslau' não consta nos registros de pessoas imunizadas do governo. A cidade recebeu 2.300 doses da Coronavac.
Também mencionada em algumas das mensagens enganosas, a Assembleia de Deus do Ministério de Madureira de Araguaína desmentiu o boato. De acordo com a instituição religiosa, nenhum pastor da igreja morreu após tomar a vacina contra a covid-19. "O suposto pastor Venceslau que está sendo divulgado nas redes sociais não pertence ao nosso ministério em Araguaína e não temos conhecimento da sua existência", afirmou a igreja.
Uma matéria do site Boatos.Org mostra que as mensagens enganosas também circularam no WhatsApp em formato de áudio.
Vale ressaltar ainda que a Coronavac recebeu autorização de uso emergencial da Anvisa após a agência avaliar os dados de segurança e eficácia obtidos em ensaios clínicos. Conforme bula divulgada pelo Instituto Butantan, os efeitos adversos registrados nos testes são de grau leve ou moderado - como dor no local da aplicação, náusea, dor de cabeça e diarreia. Não foram constatados eventos adversos graves.