Circulam sem contexto nas redes sociais fotos de uma enviada da Organização dos Estados Americanos (OEA) para acompanhar a lisura das eleições 2018. As postagens mostram fotos de Laura Chinchilla posando ao lado do ex-presidente Lula e de outros líderes de esquerda, mas enganam ao omitir que os encontros se deram quando ela era presidente da Costa Rica.
"Essa é a moça que veio fiscalizar as urnas eletrônicas no Brasil! Espalhem", dizem as postagens. Elas viralizaram em 2018 durante as eleições presidenciais, mas voltaram a circular em meio ao esforço de deputados bolsonaristas para aprovar um projeto de lei que traga de volta o voto impresso no País. Um post analisado pelo Estadão Verifica já foi compartilhado ao menos 60 mil vezes no Facebook.
Inicialmente, buscamos notícias que pudessem comprovar a identidade da mulher na foto. Uma busca no Google pelas palavras-chave "OEA eleições 2018" mostrou a reportagem do Estadão "'Estamos impressionados positivamente', diz chefe da missão da OEA", de 28 de outubro de 2018.
A mulher na foto é Laura Chinchilla, chefe da missão de observadores da OEA. Ela enalteceu "a organização, o papel das autoridades eleitorais e as baixas incidências de ocorrência na maior democracia do continente".
Quem é Laura Chinchilla
Antes de ser integrante da OEA, Chinchilla foi presidente da Costa Rica entre 2010 e 2014. Foi nesse contexto que as fotos utilizadas nos posts foram feitas. As postagens, porém, não informam isso, e levam a crer que ela seja ligada ao ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva.
Lula e Chinchilla se reuniram em 30 de agosto de 2011, quando o petista visitou o país caribenho. A foto é de Ricardo Stuckert.
Uma segunda foto, de 2010, mostra Chinchilla ao lado do então presidente de Cuba Raul Castro e do então presidente da Venezuela Hugo Chavez. Ela foi clicada durante um encontro de líderes da América Latina em Cancun, no México, em 23 de fevereiro daquele ano. Na ocasião, compareceram 32 líderes de países da região.
Leitores solicitaram a checagem desta alegação por meio do WhatsApp do Estadão Verifica, (11) 97683-7490.