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Foto é tirada de contexto em ataque a ativistas pela legalização do aborto

Imagem feita em evento não relacionado foi falsamente atribuída a protestos feministas

Por Tiago Aguiar
Atualização:

Uma foto de uma mulher fantasiada de grávida e mordendo um boneco em forma de bebê está circulando nas redes sociais com uma legenda errada para sugerir que se trata de uma manifestação pela legalização do aborto. A fantasia simula que o ventre da mulher está aberto, e que o bebê está fora da barriga mas ainda ligado a ela pelo cordão umbilical A imagem circula com o texto "Feminista protestando a favor da liberação do aborto... Depois chamo esse tipo de gente de lixo, eu sou extremista...".

Publicada pela página "Pipocando Treta", a postagem tem mais de 10 mil compartilhamentos no Facebook. Muitos são de usuários desavisados de que o texto é enganoso. Nos comentários e na descrição, a página indica que "preza pela treta", ou seja, produz conteúdo para produzir intrigas.

 

Publicação que circula no Facebook. Foto: Estadão

O primeiro registro encontrado da foto é de 31 de outubro de 2018, de um usuário do Twitter, militante contra o direito ao aborto, que informa que a foto foi tirada em um contexto de Dia das Bruxas nos Estados Unidos. O boato também circulou em sites em espanhol ao longo de 2019.

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Este boato foi checado por aparecer entre os principais conteúdos suspeitos que circulam no Facebook. O Estadão Verifica tem acesso a uma lista de postagens potencialmente falsas e a dados sobre sua viralização em razão de uma parceria com a rede social. Quando nossas verificações constatam que uma informação é enganosa, o Facebook reduz o alcance de sua circulação. Usuários da rede social e administradores de páginas recebem notificações se tiverem publicado ou compartilhado postagens marcadas como falsas. Um aviso também é enviado a quem quiser postar um conteúdo que tiver sido sinalizado como inverídico anteriormente.

Um pré-requisito para participar da parceria com o Facebook  é obter certificação da International Fact Checking Network (IFCN), o que, no caso do Estadão Verifica, ocorreu em janeiro de 2019. A associação internacional de verificadores de fatos exige das entidades certificadas que assinem um código de princípios e assumam compromissos em cinco áreas:  apartidarismo e imparcialidade; transparência das fontes; transparência do financiamento e organização; transparência da metodologia; e política de correções aberta e honesta. O comprometimento com essas práticas promove mais equilíbrio e precisão no trabalho.

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