É falso que a empresa White Martins tenha interrompido o abastecimento de oxigênio a Manaus por causa de uma dívida de R$ 52 milhões do governo do Amazonas. A alegação circula em áudio no WhatsApp, enviado por leitores do Estadão Verifica ao número 11 97683-7490. Tanto a empresa fornecedora quanto o governo estadual negam que o insumo esteja em falta por conta de débitos.
A White Martins não conseguiu suprir a "demanda exponencial" do sistema de saúde de Manaus. Na semana passada, a empresa informou que levou sua produção ao limite, mas só conseguia produzir metade do volume necessário aos hospitais do Amazonas. A demanda por oxigênio aumentou cinco vezes nos primeiros 15 dias de janeiro, fazendo com que a companhia buscasse viabilizar a entrega de oxigênio de outros lugares, como da Venezuela.
Em nota, a White Martins disse que não é verdade que tenha interrompido o abastecimento por causa de dívidas do governo estadual. A companhia acrescentou que "tem dedicado todos os esforços para fornecer a maior quantidade possível de oxigênio, alcançando um patamar muito superior às obrigações contratuais junto ao Estado do Amazonas".
O governo do Amazonas também informou não ter débito de R$ 52 milhões com a empresa, responsável por 90% do abastecimento de oxigênio do estado. "Havia uma dívida remanescente com a empresa, no valor de R$ 1,2 milhão, referente ao ano de 2018, e foi feita negociação em novembro do ano passado", comunicou a Secretaria de Estado de Saúde em nota. "A primeira parcela dessa negociação, no valor de R$ 100 mil, foi paga em dezembro de 2020".
Também é falso que o governo amazonense tenha se recusado a comprar oxigênio da empresa Carboxi Gases. O áudio que circula no WhatsApp afirma que o dono da companhia, Marcelo Dutra, é opositor do governador do Amazonas, Wilson Lima. Mas em nota à imprensa local, a Carboxi informou enviar fornecimento suplementar do insumo a Manaus.
Esse conteúdo também foi desmentido por Agência Lupa, Aos Fatos e Boatos.Org.