É montagem a foto de um suposto passaporte da múmia do faraó Ramsés II, que viralizou nas redes sociais. As publicações afirmam que o documento -- falso -- foi emitido para transportar o corpo do egípcio para um reparo em Paris, na França, na década de 1970. A viagem realmente aconteceu, mas a imagem do passaporte é meramente ilustrativa, criada pelo site HeritageDaily.
"Em 1974, foi emitido um passaporte para o lendário Faraó Ramesses II para que a sua Múmia de 3.000 anos pudesse voar para Paris e realizar um necessário reparo", dizem as postagens no Instagram. A data também está errada, pois a viagem da múmia ocorreu dois anos depois, em 1976.
No artigo do site HeritageDaily, cujo endereço está escrito abaixo do código de barras, a legenda da imagem esclarece o objetivo da montagem: "Uma criação artística do passaporte. A imagem é para propósitos ilustrativos. O passaporte verdadeiro não é acessível publicamente".
Além da consulta à fonte original, é possível identificar que se trata de uma montagem ao observar o modelo do passaporte. De acordo com o site do Conselho da União Europeia, a primeira emissão de um documento desse tipo no Egito aconteceu em 27 de janeiro de 2008, mais de 30 anos depois da viagem da múmia a Paris.
Este conteúdo também foi checado pela AFP Checamos.
Este boato foi checado por aparecer entre os principais conteúdos suspeitos que circulam no Facebook. O Estadão Verifica tem acesso a uma lista de postagens potencialmente falsas e a dados sobre sua viralização em razão de uma parceria com a rede social. Quando nossas verificações constatam que uma informação é enganosa, o Facebook reduz o alcance de sua circulação. Usuários da rede social e administradores de páginas recebem notificações se tiverem publicado ou compartilhado postagens marcadas como falsas. Um aviso também é enviado a quem quiser postar um conteúdo que tiver sido sinalizado como inverídico anteriormente.
Um pré-requisito para participar da parceria com o Facebook é obter certificação da International Fact Checking Network (IFCN), o que, no caso do Estadão Verifica, ocorreu em janeiro de 2019. A associação internacional de verificadores de fatos exige das entidades certificadas que assinem um código de princípios e assumam compromissos em cinco áreas: apartidarismo e imparcialidade; transparência das fontes; transparência do financiamento e organização; transparência da metodologia; e política de correções aberta e honesta. O comprometimento com essas práticas promove mais equilíbrio e precisão no trabalho.