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É falso que Maria do Rosário tenha criticado PM que reagiu a tentativa de assalto

Imagem com post da parlamentar é montagem; boato de 2016 voltou a circular esta semana

Por Pedro Prata
Atualização:

Um boato de 2016 sobre a deputada federal Maria do Rosário (PT-RS) voltou a viralizar nesta semana. Na postagem falsa, uma montagem leva a crer que a parlamentar teria criticado nas redes sociais um policial militar que reagiu a uma tentativa de assalto em São Paulo. A postagem foi compartilhada ao menos 2,7 mil vezes desde o dia 26 de agosto.

A falsa postagem da deputada teria sido feita em 4 de novembro, quando o assalto só ocorreu no dia seguinte. Foto: Reprodução

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"Era bom que a sociedade parasse para pensar: hoje temos três famílias chorando em razão da ação desse PM opressor. Caso ele não tivesse reagido, apenas uma família choraria. Assim, o prejuízo teria sido menor para a sociedade", diz a publicação falsa. A postagem acompanha a reprodução de uma manchete real do portal G1: "PM que dirigia Uber em SP mata 3 que tentaram assaltá-lo; veja vídeo".

A notícia do G1 foi publicada em 6 de novembro de 2016 e informa que o caso ocorreu na tarde do dia anterior, 5 de novembro. Já a montagem atribuída à parlamentar teria sido publicada no dia 4. Ou seja, não teria como Maria do Rosário ter postado sobre o assunto.

Maria do Rosário se posicionou em suas redes sociais no dia 9 de novembro de 2016 e chamou a montagem de mentira. "Falsificar tweets e postagens se tornou fácil com programas de computador. Tentam atacar nosso mandato com cards falsos, como este, que caluniosamente afirmam que a deputada Maria do Rosário declarou posicionamentos aos quais ela nunca proferiu", disse.

https://www.facebook.com/DeputadaMariaDoRosario/photos/a.175893719152316/1244804295594581/?type=3

A deputada e sua família são alvos constantes de campanhas de desinformação. Ela já solicitou à Polícia Federal que investigasse os autores de publicações que se dirigiam à sua filha de forma depreciativa. Em outra ocasião, um vídeo foi tirado de contexto nas redes sociais para acusar a jovem de defender traficantes.

Maria do Rosário também é alvo de boatos por perfis bolsonaristas, tanto por ser filiada ao PT, quanto pelo fato de ter se envolvido em polêmica com o presidente Jair Bolsonaro, em 2003. Na ocasião, o então deputado federal disse que "não a estupraria" porque ela "não merecia". Ele acabou tendo de pedir desculpas após decisão judicial, em 2017.

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Este conteúdo enganoso também foi checado por Boatos.org.

Este boato foi checado por aparecer entre os principais conteúdos suspeitos que circulam no Facebook. O Estadão Verifica tem acesso a uma lista de postagens potencialmente falsas e a dados sobre sua viralização em razão de uma parceria com a rede social. Quando nossas verificações constatam que uma informação é enganosa, o Facebook reduz o alcance de sua circulação. Usuários da rede social e administradores de páginas recebem notificações se tiverem publicado ou compartilhado postagens marcadas como falsas. Um aviso também é enviado a quem quiser postar um conteúdo que tiver sido sinalizado como inverídico anteriormente.

Um pré-requisito para participar da parceria com o Facebook  é obter certificação da International Fact Checking Network (IFCN), o que, no caso do Estadão Verifica, ocorreu em janeiro de 2019. A associação internacional de verificadores de fatos exige das entidades certificadas que assinem um código de princípios e assumam compromissos em cinco áreas:  apartidarismo e imparcialidade; transparência das fontes; transparência do financiamento e organização; transparência da metodologia; e política de correções aberta e honesta. O comprometimento com essas práticas promove mais equilíbrio e precisão no trabalho.

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