Estadão Verifica
23 de junho de 2020 | 16h00
Circula nas redes sociais um vídeo em que um homem é agredido por um grupo de pessoas. As legendas afirmam que o rapaz teria sido morto ao tentar defender seu comércio de saqueadores durantes protestos antirracismo em Dallas, nos Estados Unidos. No entanto, não é possível afirmar que ele seria proprietário de uma loja, tampouco que morreu após a agressão.
As publicações nas redes sociais afirmam que o assassinato teria ocorrido no contexto das manifestações em razão da morte de George Floyd, no último 25 de maio. A legenda de um post no Facebook com milhares de curtidas diz: “Vamos protestar contra o policial que matou o rapaz negro. Como faremos isso? Matando um rapaz, branco, inocente, que defendia seu comércio dos saqueadores em Dallas”.
O incidente de fato ocorreu em Dallas, no dia 30 de maio, como noticiou o portal americano The Daily Beast. A matéria cita um tweet feito por Elijah Schaffer, produtor do site conservador Blaze TV, que filmou a agressão. (O vídeo abaixo mostra violência gráfica.)
Full unedited video for editorial requests. Please attribute to Elijah Schaffer of Blaze TV. I cannot confirm he was the store owner, but I pulled out my camera when I saw him appearing to defend a store, then he was rushed, then made the move that might have cost him his life pic.twitter.com/8oGa2obBbp
— ELIJAH SCHAFFER (@ElijahSchaffer) May 31, 2020
O departamento de polícia local informou à AFP que o homem agredido apontou uma “faca/machete enorme contra vários manifestantes”. Posteriormente, ele foi levado ao hospital e seu quadro de saúde era estável.
AFP, Reuters e USA Today também checaram este vídeo.
Este boato foi checado por aparecer entre os principais conteúdos suspeitos que circulam no Facebook. O Estadão Verifica tem acesso a uma lista de postagens potencialmente falsas e a dados sobre sua viralização em razão de uma parceria com a rede social. Quando nossas verificações constatam que uma informação é enganosa, o Facebook reduz o alcance de sua circulação. Usuários da rede social e administradores de páginas recebem notificações se tiverem publicado ou compartilhado postagens marcadas como falsas. Um aviso também é enviado a quem quiser postar um conteúdo que tiver sido sinalizado como inverídico anteriormente.
Um pré-requisito para participar da parceria com o Facebook é obter certificação da International Fact Checking Network (IFCN), o que, no caso do Estadão Verifica, ocorreu em janeiro de 2019. A associação internacional de verificadores de fatos exige das entidades certificadas que assinem um código de princípios e assumam compromissos em cinco áreas: apartidarismo e imparcialidade; transparência das fontes; transparência do financiamento e organização; transparência da metodologia; e política de correções aberta e honesta. O comprometimento com essas práticas promove mais equilíbrio e precisão no trabalho.
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