É falso que a jogadora de vôlei de praia Carol Solberg tenha perdido o patrocínio de uma empresa de jogos online após gritar "Fora Bolsonaro" em uma entrevista ao vivo. Postagens no Facebook afirmam que a marca Betmotion cancelou o apoio à atleta após ela ter se manifestado contra o presidente ao final da cerimônia de premiação da primeira etapa do Circuito Brasileiro de vôlei de praia, em Saquarema (RJ). Na realidade, o patrocínio já havia sido encerrado em novembro do ano passado.
A Betmotion informou ao Estadão Verifica que deixou de patrocinar Carol Solberg quando ela encerrou a dupla com Maria Elisa Solberg, em 2019. Atualmente, Carol faz parceria com Talita. A assessoria de imprensa da marca reforçou que o fim do patrocínio não teve qualquer relação com a manifestação recente da atleta.
A Confederação Brasileira de Vôlei (CBV) publicou uma nota criticando a atitude da atleta. Depois da repercussão do "Fora Bolsonaro", Carol contou que recebeu ameaças nas redes sociais. Perfis bolsonaristas iniciaram uma campanha para que o Banco do Brasil deixasse de patrocinar a atleta, mas ela não tem apoio financeiro da instituição. Ela usava um uniforme com logomarca do BB porque a CBV, organizadora do circuito, recebe aporte do banco público.
Depois da polêmica nas redes sociais durante o fim de semana, Carol publicou um texto em seu perfil no Instagram em que defendeu sua posição. "Vivemos em uma democracia e temos o direito de nos manifestar e de gritar nossa indignação com esse governo", escreveu ela.
Este boato foi checado por aparecer entre os principais conteúdos suspeitos que circulam no Facebook. O Estadão Verifica tem acesso a uma lista de postagens potencialmente falsas e a dados sobre sua viralização em razão de uma parceria com a rede social. Quando nossas verificações constatam que uma informação é enganosa, o Facebook reduz o alcance de sua circulação. Usuários da rede social e administradores de páginas recebem notificações se tiverem publicado ou compartilhado postagens marcadas como falsas. Um aviso também é enviado a quem quiser postar um conteúdo que tiver sido sinalizado como inverídico anteriormente.
Um pré-requisito para participar da parceria com o Facebook é obter certificação da International Fact Checking Network (IFCN), o que, no caso do Estadão Verifica, ocorreu em janeiro de 2019. A associação internacional de verificadores de fatos exige das entidades certificadas que assinem um código de princípios e assumam compromissos em cinco áreas: apartidarismo e imparcialidade; transparência das fontes; transparência do financiamento e organização; transparência da metodologia; e política de correções aberta e honesta. O comprometimento com essas práticas promove mais equilíbrio e precisão no trabalho.