PUBLICIDADE

É falso que Biden tenha acusado juiz da Suprema Corte de abuso sexual em 1991

Presidente eleito dos Estados Unidos, na verdade, liderou comissão do Senado que analisou a denúncia de uma professora de Direito

Por Guilherme Bianchini
Atualização:

É falso que o presidente eleito dos Estados Unidos, Joe Biden, tenha acusado em 1991 o juiz Clarence Thomas, da Suprema Corte americana, de abuso sexual. A responsável pela denúncia, na verdade, foi Anita Hill, professora de Direito na Universidade de Oklahoma. Na época, Biden presidia a Comissão de Justiça do Senado, que investigou o caso enquanto analisava a nomeação de Thomas para a Corte.

A alegação de que Clarence Thomas é o presidente da Suprema Corte americana também é falsa. Desde 2005, o cargo pertence ao juiz John G. Roberts. O boato viralizou e está circulando nas redes sociais. Um leitor solicitou a checagem ao Estadão Verifica pelo WhatsApp (11 97683-7490).

Biden não acusou juiz da Suprema Corte de abuso sexual. Foto: Reprodução

PUBLICIDADE

"Thomas Clarence, homem honesto e honrado, que foi difamado, humilhado e acusado por Joe Biden em 1991 por abuso sexual, espancamento de sua esposta, de ser gay, é o homem que preside a Suprema Corte americana que julgará as fraudes eleitorais", diz a publicação falsa.

Thomas entrou na Suprema Corte em 1991 por indicação do presidente americano da época, George H. W. Bush, e faz parte do tribunal desde então. Para ter a nomeação aprovada, precisou passar pelo escrutínio do Senado. Foi quando veio a público a denúncia de Hill, que relatou que tinha sido objeto de assédio sexual constante por parte do magistrado. Eles haviam trabalhado juntos no Departamento de Educação e na Comissão de Oportunidades Iguais de Emprego.

O depoimento de Hill à Comissão de Justiça do Senado foi bastante controverso, com perguntas machistas e tendenciosas a uma culpabilização da vítima. Biden presidiu a sessão da comissão e permitiu perguntas e insinuações contra Anita. Os senadores aprovaram a nomeação de Thomas por 52 a 48, com voto contrário de Biden.

Vinte e oito anos depois, em 2019, o democrata ligou para a professora e lamentou pelo que havia ocorrido. Em entrevista ao The New York Times, porém, Hill  declarou que só ficará satisfeita quando houver "uma mudança real, uma verdadeira responsabilização e um verdadeiro propósito".

Boatos sobre as eleições americanas têm se multiplicado nas redes sociais nas últimas semanas. O Estadão Verifica disponibiliza um link para o leitor acompanhar todas as checagens já publicadas sobre o assunto.

Publicidade

A Agência Lupa também checou este conteúdo.

Comentários

Os comentários são exclusivos para assinantes do Estadão.