Sabesp mudou formato de cobrança; contas de água mostradas em postagens são legítimas

Posts viralizaram nas redes sociais alertando moradores de São Paulo sobre uma suposta tentativa de golpe; na realidade, companhia de abastecimento adotou novo modelo de conta

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Por Samuel Lima
Atualização:

Circulam nas redes sociais fotos e vídeos alertando sobre uma suposta tentativa de golpe por meio de contas falsas de água da Companhia de Saneamento Básico do Estado de São Paulo (Sabesp). Na realidade, a empresa passou a entregar um novo modelo de cobrança a partir do mês de outubro, o que gerou confusão entre alguns clientes.

O Estadão Verifica comparou os boletos mostrados nos posts de Facebook com o antigo e o novo formato anunciado pela Sabesp. As informações conferem, indicando que ambos os documentos são autênticos. 

 Foto: Estadão

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A autora de um vídeo que viralizou no Facebook afirma, por exemplo, que a conta que ela recebeu em novembro tinha o termo "data de emissão" no canto superior direito, em vez de "mês de referência". Também não contava mais com um gráfico de barras informando o histórico de consumo. Ela cita ainda o fato de a versão suspeita contar com um número de "fornecimento" para identificar o cliente, e não mais o "RGI" (registro geral do imóvel), entre outros detalhes. 

Esses elementos todos estão em linha com exemplos publicados no site da Sabesp. A versão antiga pode ser acessada neste link. A nova conta foi anunciada nesta página e está reproduzida abaixo. 

Nova conta de água da Sabesp. Foto: Reprodução | Sabesp

Em nota encaminhada ao Estadão, a empresa confirmou que houve alterações na conta de água e disse que os clientes foram avisados na fatura anterior, por mensagens de celular (SMS) e pelo site.

Caso ainda tenham dúvidas, os consumidores podem pedir uma segunda via da conta no site da companhia ou entrar em contato com a central de atendimento da Sabesp pelo telefone 0800 055 0195

Para se proteger de fraudes, órgãos de segurança e de proteção ao consumidor recomendam analisar sempre os dados da cobrança e o beneficiário antes de efetuar o pagamento, dando preferência para o uso do leitor de código de barras. No caso de contas recebidas por e-mail ou qualquer outro meio eletrônico, a dica é verificar se o envio foi realizado por um endereço compatível com o prestador do serviço.

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Este boato foi checado por aparecer entre os principais conteúdos suspeitos que circulam no Facebook. O Estadão Verifica tem acesso a uma lista de postagens potencialmente falsas e a dados sobre sua viralização em razão de uma parceria com a rede social. Quando nossas verificações constatam que uma informação é enganosa, o Facebook reduz o alcance de sua circulação. Usuários da rede social e administradores de páginas recebem notificações se tiverem publicado ou compartilhado postagens marcadas como falsas. Um aviso também é enviado a quem quiser postar um conteúdo que tiver sido sinalizado como inverídico anteriormente.

Um pré-requisito para participar da parceria com o Facebook  é obter certificação da International Fact Checking Network (IFCN), o que, no caso do Estadão Verifica, ocorreu em janeiro de 2019. A associação internacional de verificadores de fatos exige das entidades certificadas que assinem um código de princípios e assumam compromissos em cinco áreas:  apartidarismo e imparcialidade; transparência das fontes; transparência do financiamento e organização; transparência da metodologia; e política de correções aberta e honesta. O comprometimento com essas práticas promove mais equilíbrio e precisão no trabalho.

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