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Boato anti-Moro inventa ação para atrapalhar investigação sobre Flávio Bolsonaro

Não é verdade que ministro da Justiça tenha pedido afastamento de promotor do caso que envolve filho do presidente

Por Alessandra Monnerat
Atualização:

Não é verdade que o ministro da Justiça e Segurança Pública, Sérgio Moro, tenha pedido o afastamento do promotor do caso que investiga o senador Flávio Bolsonaro (sem partido-RJ), filho do presidente da República. Em 2019, o próprio promotor Cláudio Calo declarou-se suspeito e deixou a investigação, um dia depois de ter sido designado para o caso. Isso ocorreu após a repercussão negativa de tuítes em que Calo se mostrava favorável à família Bolsonaro.

Além disso, Moro não tem poder para afastar promotores do Ministério Público; a Constituição de 1988 definiu que o órgão é independente dos três poderes (Executivo, Legislativo e Judiciário).

Flavio Bolsonaro, Sergio Moro e Wilson Witzel Foto: Wilton Junior/Estadão

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Em dezembro de 2018, o Estado revelou que uma investigação na Assembleia Legislativa do Rio (Alerj) apontou a existência de movimentações financeiras atípicas de Fabrício Queiroz, ex-assessor de Flávio Bolsonaro, então deputado estadual. Promotores apontam indícios de formação de um esquema de "rachadinha" para desviar salários dos funcionários do gabinete de Flávio.

A Agência Lupa também checou esse boato.

Este boato foi checado por aparecer entre os principais conteúdos suspeitos que circulam no Facebook. O Estadão Verifica tem acesso a uma lista de postagens potencialmente falsas e a dados sobre sua viralização em razão de uma parceria com a rede social. Quando nossas verificações constatam que uma informação é enganosa, o Facebook reduz o alcance de sua circulação. Usuários da rede social e administradores de páginas recebem notificações se tiverem publicado ou compartilhado postagens marcadas como falsas. Um aviso também é enviado a quem quiser postar um conteúdo que tiver sido sinalizado como inverídico anteriormente.

Um pré-requisito para participar da parceria com o Facebook  é obter certificação da International Fact Checking Network (IFCN), o que, no caso do Estadão Verifica, ocorreu em janeiro de 2019. A associação internacional de verificadores de fatos exige das entidades certificadas que assinem um código de princípios e assumam compromissos em cinco áreas:  apartidarismo e imparcialidade; transparência das fontes; transparência do financiamento e organização; transparência da metodologia; e política de correções aberta e honesta. O comprometimento com essas práticas promove mais equilíbrio e precisão no trabalho.

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