Após o presidente Jair Bolsonaro (sem partido) anunciar no dia 17 de julho a intenção de">">construir uma ponte sobre o rio Xingu
Por meio da ferramenta de verificação de vídeos InVid, encontramos uma publicação anterior da animação no YouTube (veja abaixo). O vídeo completo, postado em abril de 2013, mostra o processo de construção da ponte Alconétar -- projeto da companhia espanhola OHL. Ao procurar mais informações sobre a obra, acessamos o site da empresa de engenharia Sener, que executou a construção. A ponte tem 400 metros de extensão e foi entregue em 2006.
Além disso, a estrutura mostrada nas imagens não tem as características de construções comumente vistas no Brasil. O engenheiro civil Ricardo Almeida, da empresa Diretor Almeida & Oliveira Engenharia, comentou ao Estadão Verifica que o projeto do vídeo é um tipo de solução pouco usada aqui. "Hoje as pontes estaiadas (suspensas por cabos) se mostram mais viáveis, principalmente para vãos maiores que 150 metros", disse ele.
Qual o projeto de ponte sobre o rio Xingu?
Com objetivo de ligar as cidades de Anapu e Altamira através da BR-230, a ex-presidente Dilma Rousseff (PT) havia anunciado em 2014 para algumas rádios do Pará que faria uma obra sobre o rio Xingu. No mesmo ano, o Departamento Nacional de infraestrutura de Transportes (DNIT) lançou um edital, mas o projeto não foi executado.
No dia 17 de julho, Bolsonaro publicou em seu Twitter que contraria projeto de engenharia e licença ambiental para construção da ponte. O vídeo divulgado pelo presidente não mostra as mesmas imagens que a animação analisada. Em uma live na última terça-feira, 21, o ministro da Infraestrutura, Tarcísio Gomes Freitas, disse que existe uma questão judicial para ser resolvida, mas que a previsão do início da obra é para os primeiros meses de 2021.
Em nota, o Governo Federal explicou que o investimento será de R$ 219 milhões e que o Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (DNIT) está no processo final do projeto e de construção da ponte, que contém cerca de 700 metros.
Nesta semana a Agência Lupa também publicou uma checagem desmentindo o boato.
Este boato foi checado por aparecer entre os principais conteúdos suspeitos que circulam no Facebook. O Estadão Verifica tem acesso a uma lista de postagens potencialmente falsas e a dados sobre sua viralização em razão de uma parceria com a rede social. Quando nossas verificações constatam que uma informação é enganosa, o Facebook reduz o alcance de sua circulação. Usuários da rede social e administradores de páginas recebem notificações se tiverem publicado ou compartilhado postagens marcadas como falsas. Um aviso também é enviado a quem quiser postar um conteúdo que tiver sido sinalizado como inverídico anteriormente.
Um pré-requisito para participar da parceria com o Facebook é obter certificação da International Fact Checking Network (IFCN), o que, no caso do Estadão Verifica, ocorreu em janeiro de 2019. A associação internacional de verificadores de fatos exige das entidades certificadas que assinem um código de princípios e assumam compromissos em cinco áreas: apartidarismo e imparcialidade; transparência das fontes; transparência do financiamento e organização; transparência da metodologia; e política de correções aberta e honesta. O comprometimento com essas práticas promove mais equilíbrio e precisão no trabalho.