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Um olhar crítico no poder e nos poderosos

Opinião|Villas Boas: com o tempo, se supera o desconforto nas outras Forças

O comandante do Exército, general Eduardo Villas Boas, classificou de "excelente" a escolha do general Fernando Azevedo e Silva para o Ministério da Defesa e justificou: "Ele tem muita experiência profissional, mas também de política, porque conhece bem a Presidência e o Congresso".

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Atualização:

Em conversa com o blog, o comandante enumerou as atividades de Azevedo e Silva _ a quem chama de Fernando. No Exército, instrutor da tropa de elite de paraquedistas, comandante militar do Leste e chefe do Estado Maior, entre outros. Na política, Autoridade Pública Olímpica, ajudante de ordens da Presidência da República (governo Fernando Collor) e chefe da Assessoria Parlamentar do Exército, além de, atualmente, conselheiro do presidente do Supremo, Dias Toffoli.

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Quando eu lhe disse que o Exército ficou com tudo e "não sobrou nada" para Marinha e Aeronáutica no futuro governo Jair Bolsonaro, que é capitão da reserva do Exército, o comandante respondeu: "É verdade". Ele, porém, ressalvou que Azevedo e Silva é muito benquisto nas Forças Armadas e, "com o tempo, se supera isso (o desconforto)".

Villas Boas relatou que contatou diretamente o comandante da Marinha, almirante de esquadra Eduardo Leal Ferreira, para sondá-lo para a Defesa, depois que Bolsonaro deslocou o general Augusto Heleno do ministério para o Gabinete de Segurança Institucional (GSI) e anunciou, pela imprensa, que o ministro seria da Marinha.

"O Leal é muito querido nas Forças Armadas, tem muitos amigos, é um homem de grandes qualidades, mas ele alegou problemas pessoais, de família, para não aceitar", disse Villas Boas, que então sugeriu outros nomes ao general Heleno, principalmente Fernando Azevedo e Silva. Quem deu a palavra final foi o próprio Bolsonaro.

Villas Boas confirmou que ele e os demais comandantes militares preferiam um civil na Defesa, como é no resto do mundo e era no Brasil até o governo Michel Temer, mas a decisão de escolher um general foi diretamente do presidente eleito, Jair Bolsonaro. O comandante é amigo pessoal do novo ministro da Defesa e foi quem o indicou para a assessoria de Dias Toffoli no Supremo, mas lembra que Bolsonaro e Azevedo e Silva "são muito próximos" e o futuro ministro já vinha assessorando o presidente eleito na área de Defesa. "Foi uma grande escolha", concluiu.

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Opinião por Eliane Cantanhêde

Comentarista da Rádio Eldorado, Rádio Jornal (PE) e do telejornal GloboNews em Pauta

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