"Isto é, por conta da ocupação eles prejudicarão diretamente aos outros candidatos, enquanto preservam o seu direito de prestar o concurso e seu direito de protestar. Aos que perderam a chance, lamentando a oportunidade perdida, só restará olhar estes alunos preservando todos os seus direitos - inclusive, no caso do Colégio Pedro II, de estudar numa das mais conceituadas escolas do país, e de graça. "Alguns podem pensar: tiveram sorte em ter a prova adiada, vão poder estudar mais. Grande engano : para um aluno que estudou o ano inteiro e está pronto e ansioso, tudo o que deseja é fazer a prova na data prevista. "Aqui no Rio, o problema é pior para aqueles que querem disputar uma vaga na UERJ, que tem exame vestibular separado: agora, em vez de ter um mês para se preparar para este concurso, com provas de conteúdo e método muito diferentes do ENEM, terão que se dividir entre duas frentes de estudo. E com certeza os que terão este desafio são jovens que necessitariam, por condição financeira da família, do acesso a uma Universidade Pública. "Diante de todo este paradoxo, nos resta agora reunir as forças para continuar apoiando Tadeu em mais um mês de luta até a nova data. Daqui a pouco, enquanto alguns jovens, que exerceram seu direito de ocupar escolas poderão sair e fazer o ENEM, outros terão que iniciar uma amarga espera de 30 dias até a próxima prova por conta das ocupações realizadas.
"Onde está a ética neste país ? Podemos, para exercer um direito, tirar o direito à oportunidade de outro cidadão ?"