A relação de Temer e Cármen Lúcia é muito boa e o presidente é pródigo de elogios à ministra, considerada séria, objetiva, a pessoa certa, no lugar certo, na hora certa. Os dois decidiram unir esforços contra um dos principais problemas do País: a segurança (ou falta de...). Esse é um dos focos da presidente do Supremo, mas ela sabe que nenhum poder consegue fazer muita coisa sozinho e, bem, quem tem os recursos é o Executivo.
A operação Métis da Polícia Federal contra a Polícia Legislativa havia sido deflagrada na sexta-feira anterior à conversa a dois entre Temer e Cármen Lúcia, mas isso só tomou ares de crise entre os poderes na segunda-feira, quando o presidente do Senado, Renan Calheiros, acionou sua metralhadora giratória contra juízes, o ministro da Justiça e a operação em si.
Nesse momento, Temer pensou em antecipar a reunião de Poderes para terça-feira, mas Cármen Lúcia aceita participar de seminários de trabalho, não de reuniões políticas. Ela reagiu a Renan numa reunião do Conselho Nacional de Justiça (CNJ) e esperou calmamente a sexta-feira para o pacto pela segurança. Aparentemente, foi também um pacto de paz entre Executivo, Legislativo e Judiciário. Até a próxima crise.