Essa resposta à altura à acusação, ou insinuação, de que há um golpe no Brasil marca uma guinada importante na política externa brasileira, que passou em branco e amarelou nos últimos cinco anos, menos por culpa dos três chanceleres do período e mais pela contaminação ideológica emanada do Palácio do Planalto de Dilma Rousseff.
O novo ministro, José Serra, agiu com firmeza e tempestivamente. Chega de ouvir desaforos de países que não têm a menor autoridade moral para questionar a força e a saúde das instituições no Brasil, maior e mais rico país da região. Quem são Cuba, Venezuela, Equador, Bolívia e Nicarágua para ensinar o que é democracia?! Cuba?! Venezuela?!
Quanto à Unasul: gastaria muito melhor sua energia investigando e agindo sobre o caos político, econômico e social que assola a vida dos venezuelanos, que não têm nem o que comprar em meio a uma recessão desesperadora. Se há alguma população sufocada pela falta de democracia no Cone Sul é a da Venezuela. A do Brasil está sofrendo por motivos diferentes: risco de três anos consecutivos de recessão, 11 milhões de desempregados. Mas isso tende a ser corrigido.
Se essa turma aí quiser confrontar o Brasil, pior para eles. Bem fará o Brasil se se unir à nova Argentina e ao novo Paraguai para se aproximar do bloco que dá certo e que mantém suas economias sob controle, como o Peru e a Colômbia.
Eles tentaram emparedar o Brasil, mas descobriram que José Serra não vai se pautar por ideologias e vai reunir os grandes quadros da nossa diplomacia para lutar pela imagem, pelos interesses, pela soberania e pela imensa capacidade comercial do Brasil no mundo. Ele não tem nada a ver com punhos de renda, é um osso duro de roer.