Eliane Cantanhêde
31 de agosto de 2016 | 14h16
Depois de nove meses amadurecendo o voto a favor do impeachment, o Congresso se dividiu na última hora sobre a punição à presidente Dilma Rousseff e à cidadã Dilma Rousseff.
Em resumo, senadores, inclusive o presidente Renan Calheiros, sofreram no fim diante de um dilema: cassar uma presidente incapaz para o cargo, sim; cassar os direitos políticos de uma mulher honesta, não.
O problema de ordem moral embute outro de ordem constitucional: respeitar a inabilitação de Dilma, como determina a Constituição para presidentes cassados, ou derrubar um preceito constitucional com base num mero destaque em plenário? A justiça real contra a justiça formal?
Ricardo Lewandowski lê a sentença. Dilma Rousseff foi casada da presidência, mas manteve seus direitos políticos.
Ok, Dilma não é um Fernando Collor, mas na prática está aberta a porteira pela qual passarão todos os que venham a ser condenados na Lava Jato. O primeiro será Eduardo Cunha?!
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