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A campanha eleitoral na internet e nos tribunais

Segunda tela, ataque terceirizado

O debate passou do fim da noite para um horário mais amigável, às 18h, mas a intensidade dos ataques na TV e, em especial, nas redes sociais seguiu movimento oposto.

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Por Redação
Atualização:

Por Pedro Augusto e Pedro Mizukami*

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O debate passou do fim da noite para um horário mais amigável, às 18h, mas a intensidade dos ataques na TV e, em especial, nas redes sociais seguiu movimento oposto. Partidários de Dilma e Aécio insistem no desempenho superior de seus candidatos e nas trocas de agressões. Os indecisos continuam sem elementos para decidir.

Como no primeiro debate, os candidatos atuaram conscientes da repercussão de suas falas na segunda tela. Além da claque que reverbera nas hashtags de campanha -- #AgoraÉAecioBrasil ou #VouComDilma13 --, os candidatos agora terceirizam os ataques.

O tempo no debate é limitado. O tempo para discussão nas redes não é. Menções a casos de corrupção e outras acusações trocadas no debate são amplificadas em tuítes, comentários no Facebook, em vídeos e imagens retrabalhados. Além das acusações explícitas, há o que fica nas entrelinhas: o candidato levanta a bola para a militância cortar.

Dilma fez uso dessa técnica ao fazer uma pergunta sobre violência doméstica e Lei Maria da Penha no primeiro debate. Repetiu a dose ontem, com uma pergunta sobre a Lei Seca e acidentes de trânsito. Aécio tentou neutralizar o golpe tornando explícito o ataque que estava implícito.

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Ao usar essa estratégia, os candidatos pregam para convertidos. Os decididos compram as acusações e as repercutem. Os indecisos continuam sem ouvir um diálogo propositivo. Restam dois debates, e ambas as campanhas parecem acreditar que o vencedor será o que bater e gritar mais forte. A julgar pelo número de manifestações de descontentamento com o baixo nível dos debates, talvez seja hora de um embate mais cordial e calcado em ideias.

 

*Pedro Augusto e Pedro Mizukami são pesquisadores da FGV Direito Rio.

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