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Bastidores da política e da economia, com Julia Lindner e Gustavo Côrtes

Tempo vira ativo para a Lava Jato de Curitiba

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Por Redação
Atualização:

O PGR, Augusto Aras (à esq.), e o ministro Dias Toffoli. Foto: Nelson Jr./SCO/STF

Não deverá ser rápida a entrega dos dados das forças-tarefa à PGR, como determinado pelo ministro Dias Toffoli (STF) e esperado por Augusto Aras. Em Curitiba, por exemplo, a Lava Jato ainda vai solicitar à Polícia Federal acesso a toda a base de dados, estruturados e não estruturados (planilhas, documentos escaneados, etc.). O volume de informações pode dobrar. Hoje, já são mais de 780 relatórios de inteligência financeira no Coaf só no Paraná, mais de 38 mil pessoas. A expectativa é de que os técnicos demorem semanas para copiar tudo.

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Baby steps. Com isso, as forças-tarefa ganham tempo. O ministro Edson Fachin recupera a relatoria do caso no começo de agosto, quando acaba o recesso. Há uma expectativa de que ele reveja, ao menos em partes, a decisão de Toffoli.

Ué? A propósito, a decisão do presidente do STF surpreendeu mesmo a cúpula da PGR: um dos auxiliares de Aras chegou a dizer que nenhum ministro do STF daria total acesso aos dados. Não contava com a disposição de Toffoli.

Vixe. A Lava Jato reconhece, em privado, que autoridades com foro privilegiado (menos de cem, dizem) podem estar entre os 38 mil alvos da força-tarefa, mas isso não significa que elas fossem efetivamente "investigadas", defendem.

Será? Dois movimentos, na leitura dos procuradores, levantam suspeitas quanto à investida da PGR sobre a Lava Jato: ocorreu depois de Sérgio Moro ter deixado o governo; foi feita uma solicitação às procuradorias nos Estados para que elas enviassem todo e qualquer documento envolvendo os governadores.

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Alvos. Nos dois casos, trata-se de adversários políticos do presidente da República, Jair Bolsonaro. Entre os governadores, há presidenciáveis como João Doria (PSDB-SP) e Flávio Dino (PCdoB-MA), além do próprio Sérgio Moro.

Carta na manga? Reservadamente, os procuradores aventam a possibilidade de surgir uma investigação contra Augusto Aras por designação do Conselho Superior do Ministério Público Federal, por supostamente prevaricar ou mesmo atuar politicamente.

CLICK. Eduardo Bolsonaro (à dir.) e Gilson Machado (Embratur) creditaram à pandemia a culpa de o Aliança não ter saído do papel. Em vídeo, pediram apoio.

 

Luto. A nota do ministro Edson Fachin lamentando a morte de Nelson Meurer, vítima de covid-19, foi lida na comunidade jurídica como um "recibo" do ministro de que sentiu o impacto das críticas por ter negado a liberdade ao deputado.

Luto 2. O trágico episódio consolidou também a ideia de que no STF há uma loteria: se o pedido de liberdade tivesse sido analisado por Gilmar Mendes, por exemplo, Meurer, morto na prisão, ainda estaria vivo.

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Apoio... O secretário estadual de Educação de São Paulo, Rossieli Soares, defendeu, em comissão da Assembleia paulista, o projeto de lei do "ICMS Educacional", em tramitação na Casa, de autoria do deputadoDaniel José (Novo).

...de peso. Segundo o secretário, os próximos prefeitos iniciarão os mandatos sob regras de transição. O projeto prevê aumentar a fatia do ICMS dos municípios a partir dodesempenho educacional.

A ver. Assessores de Eduardo Pazuello dizem que o ministro assumiu a Saúde para ficar no cargo por apenas 90 dias.

SINAIS PARTICULARES.Eduardo Pazuello, ministro interino da Saúde

Ilustração: Kleber Sales  

 

PRONTO, FALEI!

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Flávio Dino. Foto: DIDA SAMPAIO/ESTADÃO

Flávio Dino, governador do Maranhão: "Bolsonaro descumpriu acordo com o Congresso, criou confusão judicial e ignorou os governadores. Mais um desastre", sobre vetos ao marco do saneamento.

COM REPORTAGEM DE ALBERTO BOMBIG, MARIANA HAUBERT E MARIANNA HOLANDA

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