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Bastidores da política e da economia, com Julia Lindner e Gustavo Côrtes

Temor de radicalização nas bases faz partidos reagirem

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Por Matheus Lara e Alberto Bombig
Atualização:

O flerte de filiados com pautas associadas ao bolsonarismo tem feito partidos que não são de extrema-direita iniciarem reação contra algumas lideranças regionais, sob temor de uma radicalização. O Cidadania, por exemplo, botou na fila de expulsão o vereador Tenente Coronel Paccola, de Cuiabá, depois que ele publicou em suas redes um vídeo declarando apoio às manifestações bolsonaristas do Sete de Setembro. O vereador critica o Supremo e diz que o ministro Alexandre de Moraes é um ativista da implantação do socialismo no Brasil.

Retire-se. "Não há ameaça socialista alguma no horizonte", diz carta do Cidadania ao vereador. "As liberdades não estão ameaçadas pelo regime democrático, mas por palavras e ações do presidente. (Paccola) está no partido errado."

O vereador Tenente Coronel Paccola, eleito pela Cidadania para a Câmara de Cuiabá. Foto: Reprodução/Instagram Paccola

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Fora. O Novo expulsou o vereador Maurício Marcon, de Caxias do Sul (RS). A justificativa foi que ele teria contrariado o estatuto do partido. O parlamentar fez duras críticas à direção nacional da sigla e diz estar decepcionado com o Novo.

Divórcio. A fé no Novo era tanta que o bonequinho que representava Marcon em cima de seu bolo de casamento usava a camiseta do partido. O "felizes para sempre" durou pouco.

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 Foto: Reprodução/Instagram Maurício Marcon

Divórcio 2. A situação em Caxias se assemelha a de outras saídas de quadros do Novo: as expulsões acontecem em meio a críticas de que João Amoêdo atropelou o estatuto da sigla e se tornou "dono" do partido.

Divórcio 3. "É um partido que não permite que se critique o STF, que nos pressiona a sermos contra Bolsonaro, que não aceita uma postura independente em relação ao governo. Não acho correto isso de ficar só xingando", afirmou o vereador à Coluna.

Aqui não. O presidente do Novo, Eduardo Ribeiro, rebate as acusações de que o partido se tornou linha auxiliar da oposição ao governo de Jair Bolsonaro. "As críticas aos Poderes fazem parte, mas não podem ser deselegantes. O que o partido é sumariamente contra são manifestações pedindo o fim das instituições democráticas, fechamento do Congresso, do Supremo, isso é inaceitável", diz ele.

CLICK. Tabata Amaral faz careta ao sentir a vacina contra a covid-19 no braço. "A ansiedade era tanta que já vim no primeiro dia disponível para tomar a segunda dose".  

Toca o... A quantidade de mentiras delirantes e supostas conspirações que partiram dos grupos bolsonaristas no WhatsApp para entupir os smartphones nos últimos dias é algo para deixar com inveja os melhores roteiristas e escritores distópicos do mundo.

...berrante. Em uma das mensagens, por exemplo, está desenhado o roteiro de um golpe de Estado do começo ao fim, como se tudo não passasse de mera formalidade. Em outra, até quem já morreu foi usado.

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SINAIS PARTICULARES. Jair Bolsonaro, presidente da República. Ilustração: Kleber Sales/Estadão  

PRONTO, FALEI!

Henrique Mandetta (DEM), ex-ministro da Saúde

"Você está indo defender o quê? O aumento da fome e do desemprego, a gasolina cara, a crise energética, as mansões ou a impunidade da família Bolsonaro?"

 Foto: Edilson Rodrigues/Agência Senado
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