O presidente Michel Temer confidenciou a interlocutores mais próximos que, após deixar o governo, vai trabalhar como advogado na banca de algum de seus muitos amigos. A quatro meses do fim do mandato, contou que pretende atuar elaborando pareceres, aproveitando-se da sua notoriedade como constitucionalista. Não vai se afastar da vida política. Já sinalizou que reassumirá a presidência do MDB, da qual está licenciado. No comando do maior partido do País, quer manter protagonismo, inclusive no diálogo com o seu sucessor, seja ele quem for.
Posso ajudar? Para garantir esse espaço, Temer já planeja uma sucessão colaborativa para o próximo presidente. Tem repetido que se empenhará em aprovar entre novembro e dezembro as reformas que ainda não conseguiu emplacar.
Daqui não saio. A sugestão de amigos para que Temer assuma uma embaixada do Brasil no exterior, o que lhe garantiria foro privilegiado, é descartada pelo próprio. Ele tem sido enfático em negar qualquer hipótese de deixar o Brasil.
Na mira. Uma das preocupações levantadas por assessores é de que Temer, com a perda do foro privilegiado, seja incluído em novas ações criminais que tramitam na primeira instância.
Mal-estar. A repercussão negativa da saída do publicitário Marcelo Vitorino do comando das redes sociais do presidenciável Geraldo Alckmin levou a legenda a fazer um movimento rápido para estancar a sangria.
Acorda! A equipe de Alckmin disparou, logo cedo, ontem, ligações para aliados pedindo ajuda para contornar a onda negativa e evitar passar a imagem de que há problemas numa área sensível da campanha.
Soprando a velinha. O governo federal completou na última segunda-feira um ano de fila zero no Bolsa Família. A redução foi possível após o ministro do Desenvolvimento Social, Alberto Beltrame, endurecer as regras de fiscalização cruzando dados dos programas sociais do governo.
Os dados. De janeiro a agosto deste ano, o governo concedeu 1.966.215 bolsas e cancelou 2.794.154 benefícios irregulares.
De uma tacada só. A estratégia de Jair Bolsonaro ao pedir para antecipar o julgamento da denúncia por racismo no STF foi concentrar no mesmo dia possíveis fatos negativos. Já estava marcado para a próxima terça o depoimento das testemunhas de outro processo - o das agressões à deputada Maria do Rosário.
O argumento. Para barrar a denúncia, a defesa de Jair Bolsonaro dirá que suas declarações apontadas como racistas pela PGR foram tiradas de contexto e seriam, na verdade, críticas a políticas públicas brasileiras.
CLICK. Ex-líder do PDT na Câmara, legenda do presidenciável Ciro Gomes, Weverton Rocha vai receber o candidato a vice do PT ao Planalto em evento no Maranhão.
Assuma. O partido Novo representou contra a campanha à reeleição do governador Márcio França (PSB) por divulgar santinhos com a cor laranja da sigla, causando confusão no eleitor.
Bateu... "Talvez ele tenha vergonha da cor vermelha do PSB e queira esconder isso", alfineta o candidato do Novo ao Bandeirantes, Rogério Chequer.
...levou. A equipe de França rebateu dizendo que a atitude do Novo "subestima a inteligência do eleitor". "Não é uma cor que conduzirá o eleitor", diz.
PRONTO, FALEI!
"O próximo presidente precisa ser equilibrado e, acima de tudo, um equilibrista, com um olhar aguçado para a diversidade de demandas dos brasileiros", DA LÍDER DO MDB NO SENADO, SIMONE TEBET.
COM REPORTAGEM DE NAIRA TRINDADE E JULIANA BRAGA
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