O presidente interino Michel Temer telefonou nesta sexta-feira para o líder do PSD na Câmara, deputado Rogério Rosso (DF), um dos articuladores do Centrão, para se explicar sobre sua entrevista para o Estadão. Ao jornal, ele defendeu a unificação da sua base de apoio no Congresso, a começar por "desidratar essa coisa de Centrão e de outros grupos." Temer também enviou telegramas para deputados com esclarecimentos, na tentativa de evitar que haja uma reação do grupo, formado por 13 partidos, contra seu governo.
Mas ao contrário do que o presidente esperava, Rosso o surpreendeu afirmando que concorda com essa posição de acabar com a divisão entre os aliados. "Na minha interpretação é um novo momento da base. E vamos trabalhar para isso."
O enfraquecimento do Centrão se dá justamente no momento em que Rosso perdeu a disputa pela presidência da Câmara para Rodrigo Maia, representante do "outro grupo", a chamada antiga oposição, formado por PSDB, PPS, PSB e DEM. O Centrão já recebeu recados de interlocutores do governo de que se insistir em sobreviver será asfixiado politicamente.