O ex-presidente Michel Temer afirmou à Coluna que antecipar as discussões eleitorais para este ano é precipitar um debate inapropriado por causa da crise sanitária e econômica sem precedentes que o País atravessa. "É uma impropriedade discutir 2022 em 2021. Inadequado politicamente e civicamente. Porque já temos um problema muito sério, que é combater a pandemia e recuperar a economia. É muito cedo", disse. Segundo ele, o seu sempre cortejado MDB, "se tomar qualquer decisão (sobre apoios e candidatos), será no ano que vem, não agora".
E... Temer acredita não ser "improvável" o surgimento de uma terceira via. Como mostrou a colunista Sonia Racy, do Estadão, aliados dele querem resgatar o legado de seu governo de olho em 2022.
...ele? "Para ser sincero, não estou disposto. Já fui presidente da República e sei que as pessoas falam muito nisso, pela experiência exitosa que tivemos, mas é uma coisa que não me passa pela cabeça".
Segue o exemplo. Temer evitou falar em nomes, mas, a respeito do perfil de um eventual candidato de centro, citou um "memezinho" que viu por aí: "Dizia assim: procura-se por um Michel Temer. Recompensa: Estado organizado, tranquilo, etc. Acho que precisa ser alguém assim".
Anote aí. Sobre o momento, Temer diz: "Lamentavelmente, aquela disputa entre economia e a vida, os dois são importantes, mas a vida vai embora e não volta. Economia se recupera".
Se liga, Jair. Na conversa com a Coluna, o ex-presidente foi elogioso à mudança de tom de Bolsonaro a respeito do meio ambiente e das vacinas: "Valeu a ele ter mudado o discurso, foi muito positivo em relação ao meio ambiente. Como é importante essa história de comprar as vacinas."
CLICK. O governador do Espírito Santo, Renato Casagrande (PSB), mostra o local de armazenamento do IFA para a produção de Coronavac, em visita ao Butantan.
Tá... O presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), joga a força do cargo para fazer andar a reforma administrativa. O projeto, prioritário em sua administração, está emperrado na Comissão de Constituição e Justiça da Câmara (CCJ).
...na hora. Lira já avisou que a CCJ só tem mais um mês para aprová-lo e dar passo essencial para que se constitua uma comissão especial para apreciá-lo. Daí para frente, o próprio Lira fará o projeto andar trocando o relator ou levando-o diretamente ao plenário.
Lições... Luís Roberto Barroso é apaixonado por William Shakespeare (1564-1616), que semana passada completou "aniversário" de 457 anos. A pedido da Coluna, o ministro do STF falou de um de seus textos favoritos do poeta inglês.
SINAIS PARTICULARES Luís Roberto Barroso, ministro do STF
...do Bardo... "A peça Júlio César mostra que é necessário buscar um equilíbrio entre meios e fins", diz Barroso. Segundo ele, Brutus, ao se aliar a conspiradores, como Caio Cássio, para matar o ditador Júlio César e salvar a República Romana, mesmo amando César, tinha uma intenção legítima.
...que valem... "No entanto, matar um ente querido; trair a confiança de um amigo, aliar-se a adversários que se moviam por sentimentos mesquinhos, e não por ideais republicanos, custaram a Brutus uma condenação moral insuperável", diz o ministro, que tem um estudo sobre a peça.
...até hoje. "Embora fosse moralmente maior do que César, para destruí-lo, Brutus tornou-se menor do que ele. O mal não é fonte do bem. Por melhores que sejam as intenções", diz.
PRONTO, FALEI!
Kim Kataguiri, deputado federal (DEM-SP): "Assim como o PT usou o José Dirceu como boi de piranha no mensalão, agora Bolsonaro quer usar Eduardo Pazuello na negligência na pandemia."
COM REPORTAGEM DE ALBERTO BOMBIG E MARIANA HOLANDA