É grande e cresce a cada dia no Supremo Tribunal Federal (STF) a expectativa sobre a decisão de Rosa Weber relativa às ações pelo fim das emendas de relator-geral, viga mestra do orçamento secreto e do castelo de cartas de Jair Bolsonaro no Legislativo. Em conversas reservadas, ministros demonstraram preocupação com o mecanismo criado pelo governo e pelo Congresso. O tema vem despertando cada vez mais atenção. A interlocutores, o presidente da Corte, Luiz Fux, disse que deve pautar as ações assim que a ministra pedir inclusão delas em pauta. Parlamentares já fizeram ventilar que o assunto é "interna corporis", ou seja, só da alçada do Legislativo, tese, no mínimo, controversa.
PONTO FINAL. As ações de PSOL, Novo, Cidadania e Rede pedem que os pagamentos baseados nas emendas de relator-geral, identificadas pelo código RP-9, sejam suspensas até que o Supremo analise a legalidade e a constitucionalidade desses repasses.
FUTURO. Aos poucos, presidenciáveis se posicionam contra o orçamento secreto, o que ajuda a engrossar o caldo político contrário ao dispositivo: João Doria (PSDB), Lula (PT), Simone Tebet (MDB) e Alessandro Vieira (Cidadania).
LACROU. Também apontado como pré-candidato ao Planalto, o general Santos Cruz cunhou frase de efeito sobre o assunto: "O orçamento secreto é o mensalão de última geração". Ex-ministro da Secretaria de Governo, ele foi sucedido no cargo por Luiz Eduardo Ramos, que está na gênese dessa manobra orçamentária.
RÉGUA. Pesquisa recente da Quaest Consultoria dimensiona o tamanho do desafio de Rodrigo Pacheco no PSD: 53% dizem não conhecer o presidente do Senado. Em conversas reservadas, Gilberto Kassab tem dito que a partir de agora o projeto eleitoral de seu partido resolverá esse problema.
RÉGUA 2. Diretor da Quaest, o cientista político Felipe Nunes diz que uma receita para o senador seria começar jogando em casa. "Por ser mineiro, Pacheco pode conseguir unificar o Estado para que volte a ter protagonismo nacional, principalmente depois de muito desgaste das lideranças políticas locais", afirma ele.
VIA ABERTA. A pesquisa também aponta um possível caminho para a "terceira via". A demanda por ela está concentrada nas regiões Sul e Sudeste, onde 22% defendem uma alternativa a Bolsonaro e Lula.
LICENÇA PARA... Quase três anos depois de ter assumido a Economia, Paulo Guedes ainda desperta em seus interlocutores a sensação de não ter entendido as diferenças entre o setor privado e o público, especialmente nas negociações...
...FURAR. Ao furar o teto de gastos pela reeleição de Bolsonaro e do Centrão, Guedes dinamitou a conversinha de " inflexão ao centro": o caminho é o do populismo de direita.
PRONTO, FALEI!José Luiz Penna, presidente nacional do PV
"A política econômica do governo Jair Bolsonaro é cruel. Vivemos a maior perda de poder aquisitivo desde a hiperinflação e a resposta é vale gás e vale fome."
COM MATHEUS LARA. COLABORARAM BRENO PIRES E GIORDANNA NEVES.