EXCLUSIVO PARA ASSINANTES
Foto do(a) coluna

Bastidores da política e da economia, com Julia Lindner e Gustavo Côrtes

Sinais contraditórios do Brasil sobre a guerra na Ucrânia preocupam diplomatas

PUBLICIDADE

Por Camila Turtelli e Matheus Lara
Atualização:

O presidente Jair Bolsonaro (PL). Foto: Evaristo Sá/AFP

Após o Brasil dizer "sim", ontem, junto a outros 140 países, à resolução da ONU condenando os ataques russos à Ucrânia, sinais contraditórios da política externa do País sobre o conflito mais uma vez foram tema de discussões acaloradas em grupos de diplomatas. Da "neutralidade" citada por Bolsonaro ao "equilíbrio" expresso por Carlos França e as críticas contundentes de Hamilton Mourão, a leitura é de que a falta de rumo pode isolar ainda mais o Brasil. Diplomatas têm demonstrado preocupação sobre como a falta de clareza do Estado brasileiro sobre os ataques têm repercutido internacionalmente e contribuindo para piorar a imagem já desgastada da política externa do País.

PUBLICIDADE

ORIGENS. O diplomata Paulo Roberto de Almeida colocou a política externa bolsonarista como o final trágico de uma trajetória iniciada por um "aparelhamento lulopetista" no Itamaraty: "Com o PT, a 'pizza diplomática' até que resistiu bem: só tinha umas fatias de cubanices e bolivarianices".

ORIGENS 2. "Desde 2019, a 'pizza' foi contaminada por um molho bolsonarista inaceitáveis para os princípios de nossa tradição", escreveu Almeida, no Facebook.

OLHA AÍ. Ganharam destaque entre membros do corpo diplomático brasileiro printscreens de jornais internacionais que, apesar do voto contra a Rússia na ONU, ainda veem o Brasil como simpático à causa russa. O britânico Daily Mail, por exemplo, destacou ontem as contradições do Brasil e visão "favorável" de Jair Bolsonaro sobre Vladimir Putin.

CLICK. Arthur do Val, deputado estadual (Podemos-SP)

Publicidade

 

Integrante do MBL esteve com o coordenador do grupo, Renan Santos, em centro de distribuição de doações para ucranianos em Kosice, na Eslováquia.

DESINFORMAÇÃO. O bloqueio da conta da deputada federal Bia Kicis (PSL-DF) no Youtube não é um caso isolado entre bolsonaristas. No mês passado, a empresa retirou do ar o canal da TV Câmara de Bauru, no interior de São Paulo, após discurso de um vereador do PSL, Eduardo Borgo, questionando a aplicação da quarta dose da vacina contra a covid-19.

IGUAL PARA TODOS. "Todo criador (de canais) precisa seguir as mesmas regras", disse à Coluna, Alana Rizzo, gerente de políticas públicas do Youtube. Ou seja, a plataforma entende que imunidade parlamentar não livra quem espalha desinformação nas redes.

NÃO ABRO. O presidente estadual do Patriota no Paraná, deputado Roman, afirma que a sigla será "100% Bolsonaro" no Estado, apesar da sigla ainda estar indecisa sobre quem vai apoiar ao governo estadual.

SINAIS PARTICULARES (por Kleber Sales). Jair Bolsonaro, presidente da República

Publicidade

 

EXPLICA ISSO. O líder do PT na Câmara, Reginaldo Lopes (MG), pediu esclarecimento ao governo sobre Bolsonaro sugerir que tinha conversado com o presidente da Rússia, Vladimir Putin, no domingo, o que foi negado na sequência.

ASSIM NÃO DÁ. "Quero que o Itamaraty diga para a nação se Bolsonaro mentiu ou não. Não podemos mais permitir que o presidente se comporte com tamanha irresponsabilidade diante de uma situação tão grave", disse Lopes à Coluna.

PRONTO, FALEI! Celina Leão, deputada federal (PP-DF)

 

"É emblemático debater essas nove décadas de direito à conquista do voto pelas mulheres num ano de eleição e quando somos apenas 15% no Congresso".

Comentários

Os comentários são exclusivos para assinantes do Estadão.