Coluna do Estadão
11 de setembro de 2019 | 05h00
Senadores comemoram a convocação de ato em apoio à Lava Toga no dia 25 de setembro. Crédito: Divulgação/assessoria Major Olimpio
Não terminará sem choro e sem ranger de dentes o embate em torno da CPI da Lava Toga no Senado. O grupo pró-instalação da comissão (cerca de 20 parlamentares) chega a ameaçar, reservadamente, impor dificuldades na Casa à votação da reforma da Previdência e às sabatinas de Augusto Aras, escolhido para assumir a PGR, e de Eduardo Bolsonaro, virtual indicado do Planalto para a embaixada do Brasil em Washington (EUA). A tensão aumentou ainda mais após Flávio Bolsonaro (PSL-RJ) ter se recusado a assinar o requerimento pela CPI.
Linhas gerais. A ideia também é boicotar outras pautas de interesse do governo até que Davi Alcolumbre (DEM-AP), o presidente do Senado cada vez mais afinado com Jair Bolsonaro, instale a CPI da Lava Toga.
Ele, não. Alguns senadores avaliam, maldosamente, como desnecessário incluir a situação de Eduardo no pacote de pressão: está já tão complicada que não seria um instrumento efetivo.
CLICK. A presidente da CCJ, Simone Tebet (MS), acompanhou o indicado à PGR, Augusto Aras, em almoço com a bancada do MDB e na reunião de líderes do Senado.
Em nome da Casa. Na reunião de líderes, Rodrigo Maia (DEM-RJ) foi cobrado a dar resposta institucional à declaração de Carlos Bolsonaro de que “a transformação que o Brasil quer não será rápida por via democrática”. O presidente da Câmara não titubeou.
Exposição. Dentro dos quartéis, a declaração de Carlos sobre a democracia repercutiu bastante mal. Depois dos cortes que afetaram a rotina na ponta, o apoio ao governo de Bolsonaro anda inconstante.
Esfinge. A grande questão na cabeça dos parlamentares é: Carlos Bolsonaro fala por ele ou também pelo pai presidente quando escreve esse tipo de coisa?
Tic-tac. Apesar de a unanimidade do CNMP ter recusado o afastamento de Deltan Dallagnol, conselheiros dão como certo que um processo será aberto.
Lonely. Não passou despercebido também que a última sessão de Raquel Dodge no conselho foi esvaziada, bem diferente de quando ela começou sua gestão à frente da PGR.
Efeito. Entre os caciques do MDB é certo: o número de prefeituras comandadas pelo partido vai sofrer redução nas eleições de 2020, na esteira do fenômeno que desidratou a bancada da Câmara. Em 2016, com sete governadores, o MDB elegeu 1.206 prefeitos.
SINAIS PARTICULARES.
Marcelo Álvaro Antônio, ministro do Turismo
Em baixa. O ministro do Turismo, Marcelo Álvaro, está na Rússia buscando parceiros. Dos 70,5 milhões de russos que viajam pelo mundo por ano, o Brasil recebe apenas 18,8 mil.
PRONTO, FALEI!
Marcelo Freixo, deputado federal (PSOL-RJ): “Não pode o filho do presidente falar isso, ainda mais com a influência no presidente que sabemos que ele tem. E não pode o governo não se posicionar, esclarecendo, no mínimo, que esta não é a opinião do Planalto”, sobre declaração polêmica de Carlos Bolsonaro.
COM REPORTAGEM DE ALBERTO BOMBIG, JULIANA BRAGA E MARIANNA HOLANDA
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