Membro da Comissão de Fiscalização, Transparência e Controle do Senado, Fabiano Contarato (PT-ES) pediu à Secretaria-Geral da Presidência da República, de Luiz Eduardo Ramos, o detalhamento dos gastos da Presidência da República com os Cartões de Pagamento do Governo Federal (CPGF), os chamados cartões corporativos.
O requerimento do senador inclui gastos entre 2019 e 2021 e exige dados como nome/CPF do portador, responsável por autorizar o gasto, nome/CNPJ do favorecido, e valor pago.
"A Presidência tem se recusado a fornecer informações detalhadas e individualizadas sobre o uso destes cartões, atribuindo o rótulo de 'sigiloso'. Se houver algum grau de sigilo, estou pedindo a transferência do sigilo com o tratamento próprio dessa espécie à documentação", afirmou o senador à Coluna.
Conforme noticiou o Estadão, o Tribunal de Contas da União (TCU) instaurou no início do mês uma investigação para apurar possíveis irregularidades na publicidade e nos gastos feitos por Bolsonaro com o cartão corporativo.
Bolsonaro excedeu o valor do cartão corporativo que os ex-presidentes Dilma Rousseff (PT) e Michel Temer (MDB) tiveram no mandato de 2015 a 2018. Até dezembro do ano passado, o chefe do Executivo tinha gastado R$ 29,6 milhões, um valor 18,8% maior do que os R$ 24,9 milhões consumidos nos quatro anos da gestão Dilma-Temer. O levantamento foi divulgado pelo jornal O Globo.
"Compete ao Congresso Nacional processar e julgar as contas da Presidência da República e ser titular do controle externo da administração pública, não sendo lícita a sonegação das informações", disse Contarato.