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Bastidores da política e da economia, com Julia Lindner e Gustavo Côrtes

"Se houver decisão judicial, tem de sustar", diz ministro da Justiça

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Por Naira Trindade
Atualização:

Torquato Jardim. Foto: André Dusek/Estadão

O ministro da Justiça, Torquato Jardim, admitiu a possibilidade de sustar o decreto que concede indulto a presos do País, caso haja decisão da presidente do Supremo Tribunal Federal, ministra Cármen Lúcia.

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"Não há recuo. Se houver decisão judicial, tem de sustar. Fica sustado na extensão do que ela decidir", explicou Torquato. Assim, segundo o ministro, "quem teria benefício, perderia o direito". Caso o decreto seja sustado, será a primeira vez desde 1988.

A Coluna do Estadão apurou que a tendência é que a ministra Cármen Lúcia atenda o pedido da PGR para tornar sem efeito o ato do presidente da República, Michel Temer. O Supremo está em recesso e a ministra responde pelo plantão.

Torquato aguarda decisão da ministra Cármen Lúcia para saber se a extensão da determinação judicial. "O indulto está posto, não há recuo. Vamos ver a decisão dela primeiro para saber o que vem, qual a extensão e qual o fundamento", disse.

"Não posso acreditar que a Lava Jato fica prejudicada por conta de 5%. Então, a decisão precisa ser fundamentada se não fica muito retórica", diz, referindo a diminuição da redução da pena, que caiu de um quarto para um quinto. "Por que cinco pontos percentuais prejudica tanto a Lava Jato? Tem de olhar as outras normas do decreto e ver o quanto há de humanitário", complementa.

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O ministro rebate ainda não haver violação à separação dos poderes. "Não há violação à separação de poderes, porque o indulto está previsto expressamente na constituição e todo indulto é uma modificação de decisão judicial, por isso está expresso na Constituição Federal, para não ferir a harmonia dos poderes", disse. (Naira Trindade) 

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