As manifestações colocaram um desafio ao Novo. Reservadamente, líderes do partido avaliam que uma parcela significativa de seus eleitores deve aderir aos protestos, insatisfeitos "legitimamente" com políticos e com ministros do STF, porém sem defender o fechamento de instituições. Para um deles, é preciso fugir de análises generalistas porque a "narrativa" do ataque institucional interessa ao Centrão e à esquerda, "que classificaram o impeachment de Dilma Rousseff (PT) como golpe", ainda que chancelado pelo Parlamento e pelo Supremo.
Pesadelo. No limite, o Novo enxerga a possibilidade de toda a direita brasileira, que se reergueu no declínio do petismo, ser engolfada por um carimbo generalista de "antidemocrática", vítima de uma aliança tácita entre radicais bolsonaristas/olavistas, centro fisiológico e esquerda populista.
Liberais. Pela avaliação do Novo, que defende o direito do "cidadão se manifestar", muita gente pode aderir aos protestos simplesmente porque quer mudar o Brasil, inclusive com a consciência de que o governo Bolsonaro não decolou e talvez fique na pista.
Clivagem. Na centro-direita, os mais otimistas esperam um efeito depurativo nos protestos: separar os democratas dos radicais e dos populistas.
Em casa. O líder do governo no Senado, Fernando Bezerra Coelho (MDB-PE), diz estar trabalhando para manter o Coaf com Sérgio Moro na MP 870. O deputado Fernando Coelho Filho (DEM-PE), filho dele, contudo, votou contra.
Experiência. O PRB vai indicar o deputado João Roma (BA) para a Comissão Especial da reforma tributária. Quer aproveitar o conhecimento do parlamentar, acumulado enquanto relatou o texto na CCJ.
Vip. A senadora Simone Tebet (MDB) convidou time de peso para debater na CCJ o projeto de Sérgio Moro esta semana. Estão na lista os procuradores Deltan Dallagnol e Vladimir Aras, Raquel Dodge, Dias Toffoli, Felipe Santa Cruz (OAB) e o diretor-geral da PF, Maurício Valeixo.
SINAIS PARTICULARESWellington Dias (PT), governador do Piauí
Aula. Um experiente cacique, com passagens pelos governos anteriores, diz que as mudanças estudadas pela equipe do presidente Jair Bolsonaro no Minha Casa, Minha Vida revelam a completa falta de tirocínio político da atual gestão.
Aula 2. Tecnicamente, avalia ele, cobrar aluguel das faixas iniciais do programa de moradia faz todo sentido para evitar a comercialização das unidades e ajudar o governo na crise. Porém, dá discurso para a oposição dizer que este governo acha que pobre não deve ter casa própria.
Não deu outra. O senador e ex-governador Jaques Wagner (PT-BA) foi rápido e já deu tom para a oposição seguir o mote: "Querem criar o meu aluguel, minha eternidade?".
CLICK. A líder do governo no Congresso, Joice Hasselmann, desativou um de seus números de WhatsApp porque estava sendo incluída em grupos sem sua autorização.
Prioridades. O Ibama quer reduzir a meta de autuações do Plano Plurianual. A meta de 12,5 mil por ano parece exagerada na autarquia, que afirma preferir qualidade a quantidade.
A SEMANA
Terça-feira, 28 Senado vota medida provisória que redesenha a EsplanadaO texto, que veio da Câmara retirando o Coaf do ministro Sérgio Moro, precisa ser aprovado até o dia 3 de junho.
Quinta-feira, 30CCJ do Senado faz audiência sobre pacote anticorrupçãoEntre os convidados estão o ministro Dias Toffoli, a PGR, Raquel Dodge, e o diretor-geral da PF, Maurício Valeixo.